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Como desconhecidos , porém bem conhecidos ; como morrendo , porém vivemos ; como castigados , porém não mortos ; Como entristecidos , porém sempre alegres ; pobres, mas enriquecendo a muitos ; nada tendo , mas possuindo tudo.

Evangelho de : Paulo



sábado, 31 de março de 2012

Distorção de Valores




Filhos do Consumo, upload feito originalmente por NJRO.


Nossas crenças e valores são moldados pela cultura. Embora exista uma base genética para certos atributos e comportamentos humanos, os conhecimentos que possuímos e o modo como pensamos e agimos de acordo com esse conhecimento é fundamentalmente um fenômeno ambiental.

Tendo isso em mente, o sistema monetário precisa de uma forma de comunicação para informar ao público do que uma companhia disponibilizou à venda. Essa forma de comunicação é denominada "propaganda". A característica da propaganda é a "promoção" e promoção é uma maneira de comunicação, que, em geral, cria uma tendência em favor do produto em questão.

Em outras palavras, a função da propaganda é induzir. Ou em termos mais diretos, manipular o consumidor a comprar um produto. Essa manipulação toma muitas formas, mas a mais eficaz é a manipulação e/ou exploração dos "valores" da audiência expectadora – o que ele ou ela acham importante.

Entretanto, antes de prosseguirmos, é preciso salientar que os padrões de consumo em massa atualmente vistos nos Estados Unidos e em outros lugares nem sempre foram o caso.

A América foi originalmente fundada, até certo ponto, numa espécie de ética protestante, onde a economia e a prosperidade eram valores dominantes. Contudo, no início do século XX, um esforço concentrado da comunidade de negócios começaram a distorcer essas noções e formar um novo exército de consumidores impulsivos, sempre insatisfeitos, cientes dos status.

As agências de publicidade mudaram de um foco utilitário para esse calibrado para o apelo emocional e status. Em conseqüência, hoje o americano padrão consome duas vezes mais do que consumia desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Uma das mais poderosas formas de "manipulação de valores" vem da reassociação da identidade de uma pessoa a um ideal específico. O patriotismo e a religião são exemplos clássicos, uma vez que através da doutrinação na infância/juventude, a pessoa é geralmente condicionada a sentir uma íntima conexão pessoal a um país ou religião, condicionando assim essa pessoa a querer apoiar as doutrinas, incondicionalmente.

Outro exemplo disso é o conceito de "moda". A moda toma muitas formas, de roupas que as pessoas usam a ideologias que elas propagam. Para ilustrar o quão bem sucedido a indústria comercial se tronou em manipular os valores dos seres humanos para ganho próprio, muitas pessoas podem hoje serem vistas andando por aí vestindo certos artigos comerciais, apenas pelo propósito de expor a marca da companhia, projetando algum tipo de status social aparente ou "expressão estilizada" delas.

A assinatura camisas "Tommy Hilfiger", a marca comercial de bolsas "Prada" e os reluzentes relógios "Rolex" são exemplos de produtos onde a utilidade ou função de um item perdeu a relevância completamente, sendo a importância agora originada do que o item "representa".

Infelizmente, o que essas pessoas não compreendem é que elas nada mais são do que propagandas ambulantes das respectivas companhias, tão-somente.

O "status" ou "expressão" de fato existe inteiramente nas condicionadas "projeções de valores" dessa pessoa, e se pessoas o bastante são manipuladas do mesmo modo, surge uma "tendência", que reforça mais ainda a ilusão via identificação coletiva. Essas tendências podem se tornar tão poderosas, que aqueles que não aderem à mania podem ser excluídos.

Vaidade à parte, devemos também examinar os valores distorcidos criados na forma de mentalidades e visões de mundo. Essa constante necessidade de interesse próprio normalmente se espalha como um câncer dentro outras áreas psicológicas, criando e reforçando neuroses como "ganância", "inveja" e "ego".

O MOVIMENTO ZEITGEIST
Guia de Orientação ao Ativista
Orientações e Respostas

sexta-feira, 30 de março de 2012

Capitalismo Parasitário

Título: Capitalismo Parasitário
Subtítulo: E outros temas contemporâneos
Autor: Zygmunt Bauman
Tradução: Eliana Aguiar
Editora: Zahar
Edição: 1
Ano: 2010
Idioma: Português
Capítulos Especificações: Brochura | 96 páginas
FICHA TÉCNICA
ISBN: 978-85-3780-205-2
Peso: 160g
Dimensões: 210mm x 140mm

Intérprete perspicaz da realidade, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman lança seu olhar crítico sobre temas variados do mundo contemporâneo: cartões de crédito, anorexia, bulimia, medo, a crise financeira de 2009 e suas possíveis soluções, a inutilidade da educação nos moldes atuais, a cultura como balcão de mercadorias.

Todos são fenômenos que colaboram para o mal-estar dominante nas sociedades e estão brilhantemente relacionados ao conceito de liquidez desenvolvido pelo sociólogo. Em "Capitalismo parasitário" é possível encontrar exemplos do pensamento do autor em ação, sempre cortante, cirúrgico e esclarecedor.

Há quem julgue a visão de Bauman pessimista e sombria. Para esses, o sociólogo responde com a viva esperança na capacidade humana de elaborar alternativas ao que pode parecer uma realidade imutável.

Leia trecho:
....

Sem meias palavras, o capitalismo é um sistema parasitário. Como todos os parasitas, pode prosperar durante certo período, desde que encontre um organismo ainda não explorado que lhe forneça alimento. Mas não pode fazer isso sem prejudicar o hospedeiro, destruindo assim, cedo ou tarde, as condições de sua prosperidade ou mesmo de sua sobrevivência.


Escrevendo na época do capitalismo ascendente e da conquista territorial, Rosa Luxemburgo não previa nem podia prever que os territórios pré-modernos de continentes exóticos não eram os únicos "hospedeiros" potenciais, dos quais o capitalismo poderia se nutrir para prolongar a própria existência e gerar uma série de períodos de prosperidade.


Em tempos recentes, assistimos a outra demonstração concreta da "lei de Rosa", o famigerado affaire das hipotecas, que estão na origem da atual recessão: o o expediente de fôlego curto, deliberadamente míope, de transformar em devedores indivíduos desprovidos dos requisitos necessários à concessão de um empréstimo. A única coisa que eles inspiravam era a esperança (um tanto astuta, mas vã, em última análise) de que o aumento dos preços das casas, estimulado por uma demanda artificialmente inflada, pudesse garantir, como um círculo que se fecha, que os "compradores de primeira viagem" pagassem os juros regularmente (pelo menos por algum tempo).


Hoje, quase um século depois de Rosa Luxemburgo ter divulgado sua intuição, sabemos que a força do capitalismo está na extraordinária engenhosidade com que busca e descobre novas espécies hospedeiras sempre que as espécies anteriormente exploradas se tornam escassas ou se extinguem. E também no oportunismo e na rapidez, dignos de um vírus, com que se adapta às idiossincrasias de seus novos pastos.


No número de 4 de dezembro da "New York Books Review", no artigo intitulado "The Crisis and What to Do About It", George Soros, brilhante analista econômico e praticante das artes do marketing, apresentava o percurso das aventuras capitalistas como uma sucessão de "bolhas" que, em regra, se expandem muito além de sua capacidade e explodem assim que atingem o limite de resistência.


A atual contração do crédito não é um sinal do fim do capitalismo, mas apenas da exaustão de mais um pasto. A busca de novas pastagens terá início imediatamente, alimentada, como no passado, pelo Estado capitalista, por meio da mobilização forçada de recursos públicos (usando os impostos, em lugar do poder de sedução do mercado, agora abalado e temporariamente fora de operação).


Novas "terras virgens" serão encontradas e novos esforços serão feitos para explorá-las, por bem ou por mal...

quinta-feira, 29 de março de 2012

Como reconhecer um canalha



Se você agir sempre com dignidade,
talvez não consiga mudar o mundo,
mas será um canalha a menos.
John F. Kennedy

Significado de Canalha

s.f. A plebe mais vil, gente desprezível.
S.m. e f. e adj. Pessoa sem moral, desonesta; patife, infame, velhaco.
Do italiano canaglia, «patife; canalha»,
Do latim canalĭa, colectivo de canis, «cão»

De cara, ele pode parecer irresistivelmente sedutor. ‎Para começar, o tipo cafajeste é realmente sedutor — e, se nossa autoestima estiver baixa e a carência, alta, ele vai parecer ainda mais irresistível. O cafajeste é propaganda enganosa. O cafajeste conhece a técnica de sedução, da qual faz uso para que seja visto como "o cara". Quem se deixa levar pelo cafajeste é carente e pouco exigente. Como ele cria um papel, e certamente será desmascarado, procura por almas ingênuas. Assim, a farsa dura mais. Recusa sempre a comunicação direta, essa é sua grande arma. Ele destrói sua autoconfiança, mina suas certezas, alimenta suas culpas. Em público, continua agindo como um perfeito príncipe. É sua tática para mantê-lo isolado. O que adianta desabafar se ninguém acreditará em você? Ele sempre enfatiza seus possíveis erros para lembrar sua nulidade. Você acaba se sentindo esvaziado, idiota e sozinho. O tipo é destrutivo e não sabe ser de outra forma. Pode assumir diferentes personagens, tornando mais difícil desmascará-lo antes de o estrago estar feito. Normalmente, foi machucado na infância e tenta sobreviver da forma como aprendeu.

Pra quem tem olhos de ver, um pingo, é "i". Isso vale pra tudo!

Para se aprofundar no assunto, procure pelo livro "Canalha" de Fabricio Carpinejar, Editora Bertrand Brasil  

quarta-feira, 28 de março de 2012

Constatações sobre educação




Quando criamos nossas crianças com base num sistema educacional voltado para o ajustamento servil ao ego social, não podemos depois reclamar, quando elas com seus egos devidamente estruturados, aos nossos egos cristalizados, fizerem descabidas exigências.

Nelson Jonas

 

terça-feira, 27 de março de 2012

Educação e a responsabilidade social - Eduardo Marinho




Eduardo Marinho: Olha eu não tenho nada programado não; a idéia é essa ai. Estou esperando as perguntas, você vão ter que fazer essa palestra. Não tem dúvida não? Alguma pergunta? Ficou várias coisas pela metade ali. Na hora que eu falei "raiva", ela tinha me perguntado assim: "O que que você sente quando você olha para a nossa política?" Ela fez uma boa pergunta. Tem várias coisas ali que ficou só um pedaço.

Eu não acho que eu tenha feito algo que tenha merecimento, não; eu fiz por uma necessidade interna. Na verdade, eu não sabia o que é que eu estava procurando, o que aconteceu é que eu olhava pra vida e todas as opções que eu via na minha frente pareciam furadas. As pessoas diziam que era isso que tinha e eu falava: "Não é possível! Tem que ter alguma outra coisa!... Não é possível que a gente nasce para constituir matrimônio... A gente não leva!... A gente está de passagem!"

Uma pergunta que eu faço para colocar as pessoas para pensarem é "Qual o contrário de morte?" Eu sei que é uma pergunta forte, meio baixo astral... É uma pergunta natural que talvez a gente entre. A resposta mais comum, é vida. A morte é um momento, a vida é um espaço de tempo. A morte é a porta de saída, a porta de entrada é o nascimento. Então a gente tem a entrada, a passagem e a saída... A gente está de passagem...

Quando meu pai me perguntou, nos últimos papos que eu tive com ele... Ele estava lá, nervoso...

— Pô! Afinal de contas o que é que você quer da vida?

— Tudo que eu puder levar!

Ele parou; me olhou:

— Você está com problema!...Você precisa de ajuda!

E eu fiz a Via Cruzis... Eu fui num psicólogo até o cara falar que "Não! Ele não pode estar equilibrado, não!"... Depois eu fui num psiquiatra e ai o psiquiatra falou: "Não, ele não está doido não!"... Ai me levaram num padre, porque eu só podia estar endemoniado. Então o padre pediu para ficar sozinho comigo e daqui há pouco ele falou que estava tudo certo, que aquilo era um heroísmo, que a minha vida ia ser muito difícil, mas muito bonita e tal... E quando eu sai dali, ninguém acreditou....

— "É mentira sua!"

E ai, cortaram as relações comigo e eu fiquei sem contato com os meus pais, tive filhos, eles cresceram e não conheceram minha família. Isso, pode ser tido como uma lástima mas, na verdade, me ofereceu a oportunidade de experiências incríveis, porque eu não tinha para quem pedir socorro. Então, quando o "bicho pegava", eu tinha que resolver... Como a gente fala no Rio, quem tinha que desenrolar era eu mesmo. Eu já fui preso chegando na cidade! Nem, sabia por que eu estava sendo preso. E eu tinha que conversar com o delegado....

Bom, tá gastando! Ninguém tem pergunta a respeito? Uma? Pô! Tanta gente!...

Acadêmico: Acho que só pra gente começar a conversar, então: como é que foi essa tua vivência da educação, no processo de educação que a gente viu no vídeo, principalmente tua posição, e como tu enxerga isso, Eduardo, com relação realmente a função social, graduação, enfim, e a função social desse ensino que tivemos?

Eduardo: Bom! Eu, não terminei a Faculdade, mas estudei em colégios muito bons: colégio militar, colégio marista... Então, eu tinha uma bagagem de conhecimento muito boas, só que eu nunca vi isso como superioridade, mas como responsabilidade: eu sei mais do que a maioria, então eu tenho uma responsabilidade com essa maioria; vou levar esse conhecimento onde eu for! Eu vou dizer para todo mundo! Porque, na verdade, quando eu sai do exército, que é o melhor ensino médio do Brasil e fui fazer o cursinho pré-vestibular, eu convivi com pessoas que estudavam no ensino público e eu achava que eles estavam de sacanagem quando eles não sabiam nada! E um deles, uma vez, me trouxe uma prova do ensino público, do terceiro ano... Eu achei que era mentira!... "Não, não é possível! Uma prova com essa superficialidade, não é possível! Você está brincando! Não é assim!"... Ai eu comecei a perceber que o ensino público é uma sabotagem!... As pessoas falam que o ensino é ruim porque os políticos são incompetentes; eles não são incompetentes não! Eles são muito competentes. O problema é que o compromisso deles não é com o povo, não é com o povo: é com os financiadores de campanha. Os financiadores de campanha são pessoas privilegiadas, que necessitam, para manter seus privilégios, que o povo seja ignorante. Então, sabota-se o ensino público.

Eu estava olhando o período do Getúlio Vargas, quando ele fez aquela lei que obrigava toda criança de sete a quatorze anos a frequentar escola. Até então, a criança pobre não ia pra escola; era analfabeta. Talvez uma escolinha de fundo de igreja, que ensinasse a escrever alguma coisa, fazer uma conta, pra servir num balcão, mas nunca pra preparar realmente. E a escola pública ela se destinava a uma classe mais elevada, tanto que tinha concurso. Quando a rapaziada mais pobre começou a entra, porque não foi assim, a lei foi feita aqui e no ano seguinte está todo mundo dentro da escola... Foi aos pouquinhos! Os filhos da classe mais pobre começaram a entrar numa escola pública que tinha qualidade. E uma coisa que eu reparei convivendo lá nas periferias é que quando o menino chega da escola com uma novidade e começa a falar, a família para... A família pobre cerca o menino e fica ouvindo. Então, imagino que nessa época, a quantidade de filhos que vinham pra casa e começavam a explicar como a sociedade funcionava, o que que tinha aprendido na escola, foi muito grande. Eu acho que por isso, nessa época, o sindicalismo foi tão efervescente porque os pobres começaram a entender como funciona:

— "Pera aí! Nós estamos sendo sacaneados! O Poder Público tem obrigação de cumprir com a Constituição e dar Educação de Qualidade!"...

E começou a exigir, e começou a dar fruto, e começou a efervescência. E ai a nata dos empresários começou a ver aquilo com preocupação:

— Como é que sabota isso? Como é que para com isso? Esse povo está muito, está muito agitado!

Tanto que o João Goulart, que foi o último presidente democrático, ele deu 100% de aumento no salário mínimo, ele decretou a reforma agrária, desapropriando em torno das rodovias e das ferrovias federais e fez uma série de mudanças que atendiam as reivindicações das classes mais pobres. Não é atoa que derrubaram! Tinham que derrubar! E assim que os militares chegaram ao poder, a lei que cuida da carreira dos professores, não estou lembrando o nome, parou! O aumento salarial do professor, parou, a inflação comeu! Começou a pipocar um monte de escola particular, a rapaziada mais abastada começou a tirar seus filhos da escola pra não se misturarem, começou a botar na escola particular, a escola particular começou a pagar melhor. Os professores públicos passaram a ganhar pouco, começaram a passar para as escolas particulares e o que ficou na escola pública foi o resto. De 64 pra cá, gerações se passaram e o processo de sabotagem foi só aumentando. Hoje, o ensino público é uma ruína. A quantidade de professores que tem problema nervoso é enorme e as pessoas não se preocupam. O Governo agora está fazendo uma repressão encima dos professores, dizendo que a culpa do ensino ser ruim é dos professores. Eles estão sempre colocando a responsabilidade no lugar errado. Na verdade , eu atribuo isso a uma estratégia:


Você quer controlar um povo? Sabota a educação e controla as comunicações! Com a mídia privada você cria a desinformação completa! Você forma valores! A pessoa que é pobre se sente inferior; a pessoa que é abastada se sente superior. Isso é colocado no subconsciente... Você vê um cara que é endinheirado, se ele é bom de coração, ele trata com a educação, com benevolência, mas você sente que ele sente superioridade. É inconsciente. Assim como o cara que é mais pobre se sente inferior, inconscientemente. Ele disputa entre os pobres. No Rio eu vejo muito isso: o pobre aguenta ouvir de um rico, coisas que ele não aguenta ouvir de outro pobre; ele reage. Mas, se ele está diante do patrão dele, não reage; ele tem medo e se sente inferiorizado. É como se o cara tivesse mais direitos do que ele. Isso é colocado no inconsciente. Eu atribuo isso a uma estratégia mesmo de dominação. Por isso que a educação não é ruim porque os políticos são incompetentes; é ruim porque interessa ser ruim. Está bom pra você?

Acadêmica: Eduardo, eu sou uma acadêmica de psicologia, meu nome é Andrea. Num vídeo do seu blog, tem um professor que ele cita Fernando Pessoa, e ele diz a seguinte frase: "O indivíduo é o cadáver adiado". Eu queria saber o que você pensa sobre o indivíduo, sobre a questão de liberdade e de individualização.

Eduardo: Não tinha mais fácil, não?

Platéia: Te falei que vinha bomba!

Eduardo: Eu acho que o indivíduo e o coletivo, eles se assemelham. O que você vê no indivíduo, você vê na coletividade. É o micro dentro do macro. Você já reparou como o sistema solar parece um átomo? Eu acho que as coisas são encaixadas. As mesmas idiossincrasias que você vê no indivíduo, você vê na sociedade: esquizofrenia é o que mais tem! Não é? Bom: especifica aí! Cadê o microfone dela?

Acadêmica: É que é assim! Faz uma critica com relação ao sistema que a gente vive, o sistema social... Eu queria saber o que que tu pensa sobre a liberdade de expressão, sobre a liberdade do indivíduo, como se constrói isso, sobre a individualização, essa questão toda. O que tu pensa sobre isso?

Eduardo: Olha, liberdade de expressão a gente praticamente não tem, não é? A não ser no particular. Porque se você vai às redes de comunicação, você não tem liberdade nenhuma. Você tem liberdade de mentir. É o que a mídia reivindica: liberdade pra mentir. Você vai querer regular, vai querer botar algum organismo tomando conta, movimento social tomando conta da mídia, eles reagem na mesma hora: "Liberdade de expressão!" Só que eles mentem!... Uma coisa que me deixa pasmo é que essas TVs já foram flagradas, mentindo seriamente. Ao longo de décadas a gente vem vendo denúncias em cima de denúncias... Lembram das diretas já em São Paulo, que eles disseram que era uma comemoração de aniversário?... De lá pra cá tem um monte de mentiras e as pessoas continuam acreditando! E eles não sofrem a menor repressão! O que, para mim, é um sintoma de que eles estão instalados no poder, na sociedade. Na verdade, a cena política, para mim, é um teatro de marionetes. Tanto que eu já não fecho mais com aqueles movimentos que saem xingando político. Não brigo com boneco. Vamos denunciar quem está por cima dele, porque quem segura as cordinhas, fica no escuro! Quem segura as cordinhas, comanda os holofotes! Os holofotes são a mídia e a mídia mira nos bonecos. E as pessoas pensam que o político é responsável... Não! Isso é planejado pelo chefe dele, que é o cara que bota dinheiro na campanha! Se ele pisar fora da risca ele não tem mais dinheiro pra campanha! Então, a gente precisa parar de acreditar que o poder é político. Não é! O poder é econômico! Está atrás do mercado. O mercado é um nome genérico que esconde meia dúzia de famílias, que é quem domina o mercado. Tem alguns milhões de figurões que eles controlam, agora, quem domina mesmo, meia dúzia, no máximo dez famílias, estão dominando. E dominam aqui pra dentro porque pra fora eles se modernizam. Existem maiores ainda... O Grupo de Bilderberg... Alguém já pesquisou o Grupo de Bilderberg?... Está no Google!... É uma turminha da pesada! Que se reúne uma vez por ano e fecham a cidade, eles se reúnem e discutem as políticas públicas pros estados que eles vão impor aos estados, sob pena de reprimir o governo. Pra ai está a mídia! Pra ai está o dinheiro! Pra ai está o financiamento de campanha. O controle da sociedade é exercido pelo escuro, mas ele não é impossível de ser visto! Você só precisa desacreditar nas verdades que foram contadas, imutáveis... A gente é cercado de mentira por todos os lados!... O mundo não é o mercado. A humanidade é uma coletividade solidária, assumindo isso ou não. Todo mundo sofre os efeitos do comportamento coletivo. A vida não é uma competição, a vida é muito melhor quando você coopera. Competir é angustiante... Eu acho que nunca se tomou tanto anti-depressivo, porque as pessoas acreditam nisso, correm atrás e a partir de uma certa idade, perde o sentido! Dá uma angústia! Porque não é isso que se quer da vida!... Felicidade é consumir, é ter coisas, é ter luxos... É mentira! Felicidade é gostar e ser gostado! Felicidade é se relacionar bem com a coletividade! Felicidade é se sentir útil pra coletividade!... Mas eles plantam essas idéias!

A publicidade ela entra em todos os lugares... Você abre, acordou de manhã, lavou a cara, abriu o armarinho, tem um monte de marca na sua cara!... Você saiu do portão tem propaganda... Passa um táxi, um ônibus: publicidade! Ligou televisão: publicidade! Dentro do filme, dentro da novela, subliminares, o tempo todo a gente está sendo induzido! Se a gente está distraído, a gente adere à todos esses valores e são todos falsos!

Uma coisa que me apavorou quando eu tinha dezenove anos — eu estava até falando com a Patrícia —, quando eu tinha dezenove anos eu conheci uns velhinhos que eu percebi claramente nos olhos deles, a angústia de ter tido uma existência em vão! É um sentimento assim: "Poxa! Me enganaram e agora, não dá mais tempo!"... Eu fiquei apavorado!... "Ah! Eu não vou por ai! Não vou mesmo! Não sei por onde vou, mas por ai, não vou! Eu morro antes de chegar nessa idade, mas eu não vou chegar nessa idade desse jeito!"... Eu já tinha percebido que me enganavam quando eu estava no exército, que aquilo lá não defende porra nenhuma! Aquilo lá ataca o povo! Está pronto pra isso! Depois eu fiquei sabendo que foi dinheiro do exterior que financiou a escola de oficiais do exército brasileiro, em Rezende, um cidadezinha que tinha 20.000 habitantes, antes disso era em Realengo, um bairro popularíssimo... Então, os caras se formavam indo às festas ali no bairro, se sentiam parte da população... Não é atoa, que até antes da segunda guerra mundial, todos os movimentos revolucionários tinham militares no meio. Depois da segunda guerra mundial, o Brasil subalternizado, o exército brasileiro subalternizado ao exército estadunidense, ai houve essa separação: a escola de oficiais vai pro meio do mato, fica isolado. Quando eu estive no exército, uma das primeiras coisas que eu ouvi é que militar não é parte da massa; o militar é superior à massa. O último grau do militar que é o soldado, ele é superior ao paisano. Na lista, que eles deram de hierarquia, por último, vem o paisano. Ele nem militar é, como é que vai ser subalterno? Mas isso é plantado no inconsciente do militar, ele acredita nisso, ele se sente assim! Entendeu? Tudo isso faz parte de uma estratégia de dominação da coletividade, que resulta em esvaziar a vida da gente. A gente vive a angústia da moda, porque acredita em valores falsos! Se a gente parar para refletir — outra atividade que é reprimida, a reflexão —... "Não reflita! Deixe que a gente reflete pra você!"... Eles colocam as reflexões, as explicações, as verdades, e se você pensa, o próprio meio social vai te reprimir... "Você não pode pensar assim não!"... Eu ouvi isso quantas vezes. "Menino, não se pergunta tanto assim não! Isso não se pensa! Ninguém sabe como é que é!"... Quer dizer: o questionamento real, ele é reprimido. Se você questionar como comprar um carro, como é que eu vou ganhar dinheiro, pra isso você é estimulado! Ai você vai esvaziar a sua vida. A partir de uma certa idade, você vai começar a ter uma angustia incrível, porque você vai começar a ter a sensação de que te engaram (isso se você tiver alguma capacidade reflexiva). Tem gente que passa boçal ai pela vida inteira e acha que é isso mesmo! Mas está rotulado se se tocar! Mas em geral, as pessoas tem que se reprimir: "Não: eu tenho que me adequar!"... As pessoas acreditam que tem um problema... Quantas vezes eu pensei que eu tinha alguma coisa errada?... "Eu tenho que ter alguma coisa errada! Só eu que penso assim! Só eu que me angustio! Só eu que não quero o que todo mundo quer!"... Foi a pergunta que eu ouvi do meu pai:

— Você pensa que é melhor do que os outros pra não se satisfazer com o que tudo mundo se satisfaz?

Quer dizer: você passa a ser discriminado. E, no entanto, você está tentando se aproximar da realidade, porque essa que é pesada pra gente, é toda falsa! Ela rompe as pregas no primeiro balanço. O problema é que ninguém ousa balançar; ou são poucos. Mas ela rompe, geral, é só prestar atenção que você vai ver que é tudo indução... os valores, os objetivos de vida, os desejos... Eu trabalho muito em favela, sabe, e eu vejo que o cara, o cara tem um filho na escola, ele sabe que a escola é uma porcaria, que o filho vai ter terminar o ensino médio e mal vai conseguir ler um texto, mas ele não reivindica esse direito constitucional que ele tem... Ele está sonhando com aquela marca no corpo dele pra ser visto socialmente, ele quer um celular de marca, um tênis de marca, uma roupa de marca, ele foi induzido a querer coisas de quem já tem seus direitos garantidos. Ele não luta pelos direitos, ele acha que isso mesmo... "Não, é sempre assim! É incompetência dos políticos!"... Ele acredita nesse monte de mentiras... Está bom pra você?

Acadêmico: Eduardo, retomando a a situação da palestra, "Educação e a responsabilidade social", tu fala com teu vídeo, fala continuamente, sobre a parte de competição. A gente está dentro de uma universidade, que a gente se diz comunitária, e a gente acaba que a formação, aqui dentro, a gente busca muito, são professores e acadêmicos com uma competitividade tão grande, um com o outro... É professor dizendo, dentro de sala de aula, que não adianta tu ajudar o do lado que ele vai ser o teu concorrente mais tarde, então, eu queria que tu desse uma conversada sobre isso assim, principalmente sobre essa parte de cooperativismo e da responsabilização do ensino superior, dos acadêmicos que saem daqui, a quantidade de pessoas que tem lá fora e que não tem a oportunidade de ter um conhecimento que tem aqui dentro, a responsabilidade das pessoas que estão aqui e que tem esse conhecimento, de levar lá pra fora, de disseminar isso, disseminar esse conhecimento.

Eduardo: Olha, eu estive no Paraná, num evento chamado "A geografia dos excluídos e os excluídos da geografia", eu fiquei surpreso de encontrar lá, uma rapaziada... Eu vinha decepcionado com a Universidade há muito tempo... Houve um processo de dispolitização da estudantária... Eu peguei o finalzinho da ditadura, era muito divertido. Mas, de lá pra cá, as cabeças foram caindo, foram caindo e as pessoas foram ficando cada vez mais egoístas. Eu acho que esse é um processo induzido também. Todo mundo sendo inimigo, as pessoas não se unem. Isso interessa pra quem está lá em cima. Seja bom, seja melhor que os outros e eu te premio. Não é verdade? Aqui todo mundo já estudou às custas do povo, não é? Do povo! O sistema tributário no Brasil, ele está em cima do consumo, então, a carga maior é em cima da população. Aqui todo mundo está estudando às custas do povo. Agora, quem é que tem a intenção de levar esse conhecimento que busca aqui — e que é negado ao povo —, pra servir ao povo? Não existe essa mentalidade a não ser nas exceções e essas exceções sofrem: são discriminadas, são marginalizadas, muitas vezes, são até perseguidas. Mas, é o tal negócio: uma coisa é o que você julga ser o seu direito, uma coisa é o que é o direito legal, outra coisa é o que é o direito moral. Eu acho que, moralmente, todo mundo da universidade tem dívida com a maioria, porque a maioria, já nasce sabotada. Se você é filho de analfabeto sua escola vai ser uma porcaria. Se você é filho de pobre a sua escola vai ser uma porcaria. Você não vai a lugar nenhum com essa escola. Provavelmente você vai abandonar no meio do caminho. Se não me engano, o índice este ano está em 70% de abandono; a rapaziada que entra, 70% não sai, no ensino médio... Não termina... A escola expulsa as pessoas... A evasão escolar, dá a impressão que as pessoas abandonam a escola. Não! A escola abandona as pessoas! Na verdade, o ensino público não merece nem o nome de ensino... É uma sabotagem, descarada. Quem tem acesso a privilégios negados à maioria tem obrigação com essa maioria, ainda mais que é essa maioria que paga e paga com sangue, com suor, com sofrimento. É arrancado deles, eles não pagam sabendo que estão pagando; eles pagam porque eles tem que comer: quando eles compram a comida, quando eles pagam o sapato, eles estão com esse imposto lá, está sendo arrecadado. Então, eu acho que qualquer universitário tem uma dívida moral. Eu não tenho a manha de chegar num universitário e dizer: "Olha, você tem uma dívida moral" e botar o dedo na cara dele. Ele tem a consciência dele. Na minha consciência, na minha opinião, qualquer pessoa na universidade tem uma dívida moral com a maioria e devia tratar essa maioria com muito carinho, porque eles são sacaneados, eles são vítimas de uma sociedade que é estruturada em cima da miséria. A miséria não existe porque é inevitável; ela existe porque ela é necessária para essa estrutura que existe ai. Na verdade, eu penso que o estado devia ser estruturado pra priorizar situações de facilidade. Quem tinha que ser mais importante, não é o dono do negócio, não é a isenção fiscal pra empresa... O que tem que ser priorizado é idoso, é miserável, é doente, e, sobretudo, criança. As crianças tinham que ter um ensino muito bom e, no entanto, não tem. O que eu vejo é um estado criminoso que não cumpre nem a sua constituição, porque a obrigação do estado é garantir educação de qualidade, alimentação de qualidade, moradia, dignidade e cidadania. Alguém pode dizer que ele garante alguma dessas coisas? Não garante nada e ainda piora tudo! Por que? Porque quem está controlando o estado são grandes empresas que pra pagar salário baixo, precisa ter muito desemprego pra que os funcionários aceitem um salário baixo, em situações escorchantes de trabalho, com medo de cair na miséria. Então, a miséria é necessária pra chantagear as pessoas. Está bom? Olha o microfone lá atrás!

Acadêmico: Boa noite! Meu nome é Maurício e eu sou um acadêmico do curso de Direito e, voltado para o Direito, eu queria fazer a seguinte pergunta pra ti: Que que tu pensa sobre o poder judiciário brasileiro e os juízes em si?

Eduardo: Gilmar Mendes... Responde tua pergunta? É outra área dominada. Esse cara foi colocado lá. Ele defende interesses... Alguém lembra do lance do Protógenes, quando prendeu aquele banqueiro lá, Daniel Dantas? O cara já sabia da mutreta, então, ele juntou uma quantidade imensa de provas — ele é de Niterói, lá onde eu moro e eu cheguei a ver uma palestra dele, depois — ele juntou um montão de provas, procurou o juiz, apresentou a metade. Ai o juiz olhou, conferiu, falou: "Não! Mandato de prisão!"... Ai ele saiu, tomou um café, voltou, procurou o mesmo juiz e apresentou a outra metade e o cara deu um segundo mandato de prisão. Ai ele foi buscar o cara, prendeu, trouxe pra delegacia, em duas horas, era de noitezinha, o Gilmar Mendes saiu da casa dele e foi no Supremo, deu um Habeas Corpus — tinha dois mil Habeas Corpus esperando — ele deu na hora um Habeas Corpus, chegou na delegacia, soltaram o cara. Ai o cara foi pra casa, o Protógenes estava na porta da casa dele com o outro mandato; pegou ele e levou de volta pra delegacia. A impressão repercutiu. Chamaram o Gilmar Mendes de novo, ele voltou lá e deu outro Habeas Corpus. Isso é uma palhaçada! O sistema judiciário é um sistema que não tem moral. Tem muita gente sofrendo lá dentro, gente boa, que entra com boa intensão, de buscar justiça e esses são os mais discriminados. Se você vai no fórum você vê isso. Eu detesto ir em Fórum, a defensoria pública é uma desgraça. Você tem que perder um dia inteiro lá, pro advogado dizer pra você que não vale a pena não você entrar com uma ação, que não vai dar em nada. São pessoas que recebem condições de trabalho num último patamar ali, mas não gostam de estar ali. O direito é uma área nevrálgica e é colocado de lado, enquanto isso ele é controlado, sabotado pelos caras que... Eu tenho a impressão que os caras já estão investindo na Academia: procuram os mais irracionais e falam: "A gente vai propor aqui pra vocês... O Gilmar Mendes eu acredito que foi assim, tanto que ele foi lá pro Supremo. Olha esse Advogado Geral da União... O engavetador geral da república, quanta coisa séria chegou nele e ele engavetou? Quer dizer, é mais uma área pra ser controlada, faz parte da estratégia. Do mesmo controle sobre a educação, sobre a comunicação, é sobre a área jurídica, sobre a área política, eles controlam as áreas estratégicas e a gente parece que não percebe, as pessoas não percebem. Eu chamo de narcotização midiática: as pessoas buscam entretenimento. Entretenimento é uma palavra que me irrita porque é coisa de quem não tem o que fazer, então tem que se entreter. Tem muita coisa pra fazer. Eu tenho uma sociedade que me incomoda sobremaneira, preciso me contrapor à isso. Eu não quero me divertir. Eu me divirto trabalhando. Eu coloquei minha vida à serviço de trabalhar por mudanças. Se vai ter mudança ou não vai ter, não me interessa. Eu trabalhando por mudanças, eu estou sentindo a minha vida. Se eu trabalhar pra mim mesmo, pra enriquecer, eu vou me sentir um idiota: isso eu não vou levar pra lugar nenhum. A minha satisfação pessoal é muito maior do que participar de privilégios. Ao contrário: me incomoda eu ver desperdício, porque nos momentos mais nevrálgicos da minha vida, eu fui obrigado a ir na casa de gente muito pobre, sabe, e eu vi muitas solidariedade, eu vi muita beleza. Eu sempre sentia dentro de mim uma injustiça muito grande: por que é que essa gente não tem nem o que comer? Como é que eles não tem acesso ao conhecimento? Não é difícil! Me dói! Então, quando eu vejo privilégios, ostentações e desperdícios, eu acho isso de uma grosseria, de uma desumanidade... Só desejar isso, pra mim já é vergonhoso, não me interessa! Meu sonho de consumo é nunca mais me preocupar com contas, só isso! Porque ai eu posso me dedicar mesmo ao trabalho. Você vê: eu tenho um blog com 1700 seguidores e tal, eu queria poder dar assistência à esse blog. As pessoas divulgam, mas eu não posso, eu tenho que estar fazendo desenho e tenho que estar botando na rua. Então, fica mais no contato pessoal, um à um, do que no coletivo com o blog, que eu acho que teria muito mais alcance, mas eu não posso, porque do blog não vem o pagamento das minhas contas. Vem da venda de desenhos que estão ali fora. Entendeu? Então, o que eu desejo de material, é só ter a minha base tranquila, mais pra mim é vergonhoso. Ter demais, uma casa com piscina, não quero! Eu não condeno ninguém. Eu não olho com raiva pra quem está ostentando. Só não quero pra mim. Porque, em cada idéia que eu tenho, eu tenho junto a possibilidade de estar errado. Eu não tenho as minhas idéias como verdades. Então, eu não tenho direito de impor isso à ninguém. Se o cara acha que o objetivo da vida é enriquecer, vai! Eu não vou dizer que ele está errado. Ele está certo, ele está seguindo a consciência dele, ele está certo. Outra coisa que eu vi: as pessoas às vezes apontando a respeito dos meus pais que cortaram relações comigo, não foi só os meus pais... Meus pais, minhas irmãs, meus padrinhos, meus tios, meus primos, todo mundo. E, as pessoas me conheciam e eu vi que pela expressão elas tinham raiva... "Mas como é que eles podem fazer isso com você?"... Não, eles estão seguindo a consciência deles, eles acham que tem de fazer isso. Então, eles estão certos. Mesmo que no final se prove que isso foi um erro, eles estão certos porque eles estão seguindo a consciência. Se você comete um erro seguindo a sua consciência, você está certo. O que precisa é ter humildade pra na hora que você perceber que aquilo está errado, você reconhecer que estava errado e mudar o rumo. É fácil! Eu vejo que as pessoas tem muita dificuldade, mas existe um sentimento plantado que é o sentimento de orgulho... Você tem que ter orgulho! Isso faz as pessoas ficarem frágeis... O cara diz: "Você é um babaca!" E eu? Eu fico com raiva? Não! Ele acha que eu sou um babaca, é um direito dele, cara! Se ele ficar insistindo muito, eu já vou suspeitar que ele não me acha babaca nada, ela quer só que eu fique com raiva dele. Já perguntei várias vezes, você quer ficar conversando com um babaca? Por que você não vai procurar uma pessoa mais interessante? Entendeu? Quando a gente tem humildade, a gente está imune contra a humilhação. Já quando a gente tem orgulho, qualquer coisa humilha a gente, qualquer insulto ofende. Uma coisa que eu digo pros meus filhos, desde pequenininhos: "o orgulho é um sentimento de superioridade que inferioriza sua capacidade, enquanto que se você for humilde, você aprende o tempo todo e nada te humilha". Uma pessoa que diz que você é uma bagaça é só uma pessoa que diz que você é um bagaça. Porque você vai ligar pro que ela está falando? Não dói! Está bom?

Acadêmico: Oi, meu nome é Patrick, sou da primeira classe de psicologia e tenho duas perguntas pra ti. Na verdade, mas pra ouvir tua opinião. A primeira é que aqui no Brasil, em 2014 o Brasil vai ser o censo do pais mais forte, a economia mais forte do mundo. Mas cada dia, eu acho que aqui no Brasil, a desigualdade social ainda cresce mais. Vai ser a maior economia do mundo mas vai ter ainda uma desigualdade social imensa. Tem pessoas que tem muito e tem pessoas que não tem nada. Pra ti, qual é a chave pra mudar isso? Tua acha que algum dia o Brasil vai lograr, ou mudar isso de pessoas que não tem nada e de pessoas que tem muito? Ou isso sempre vai existir e nunca vai poder tirar isso? E a segunda é: tu acha que a vida vai voltar, vai tirar esse conceito que você falou que a cada dia as pessoas querem comprar mais, ter um carro mais caro, querem ter assim, dinheiro, querem isso que é a felicidade para elas. Tu acha que algum dia vai haver uma mudança que as pessoas só vivam para viver, não para as coisas, mas para olhar o céu, desde pequenas assim, não essa coisa de ficar pensando no dinheiro o tempo todo. Qual é a tua opinião com as duas perguntas que eu fiz?

Eduardo: Olha, eu tomo muito cuidado com essas palavras "sempre" e nunca" porque elas duram mais tempo do que a gente vive, vão pra eternidade. Ao mesmo tempo eu vejo, à minha volta, que tudo muda o tempo todo; nada fica como está. A sociedade não foi assim sempre e não vai ser assim sempre. Eu espero que mude pra melhor. Eu acho que do jeito que está, piorando tanto, os preços dos alimentos subindo... Eu tenho vizinhos que estão botando água no leite das crianças, que estão comendo carne uma vez por semana, isso caminha na direção relevantes. Em São Paulo está tendo levantes à toda hora, não sai na mídia, mas está tendo levantes à toda hora. Eu acho que vai ter convulsão. E também eu penso que o trabalho principal, na direção da mudança é a conscientização. Eu gostaria muito que esses revolucionários que tem por ai, ao invés de querer conduzir as massas, se dessem ao trabalho de conscientiza-las. Pra isso eles vão precisa daquilo que eu falei: humildade... Descer do pedestal acadêmico e aprender a língua da população. Porque eles chegam lá dizendo em paradigma e ninguém entende o que eles estão falando. Que que custa falar moderno? Outro dia lá na favela foi um pessoal de um partido desse ai, e eu estava com um camarada meu. Ai quando o cara mandou assim,: "Que a luta de classes"... Que luta de classes, cara? Num tem luta quando um lado só apanha e o outro só bate. Vamos tomar uma cachaça? E deixou o cara falando sozinho, cara! Não fico ouvindo. Ai o cara se indigna com o sentimento dele e fala: "O povo não se interessa!" e ele não percebe que ele não fala a língua daquele povo. Ele fala "academês". Não dá pra você falar "academês" com o povão. Quem faz revolução é a população, não é a academia. E pra você mobilizar a população, no mínimo, você tem que falar a língua dela. Se o cara desce do pedestal acadêmico e vai vivenciando, junto da periferia, junto da favela com olhar de aprendiz, não é ir lá pra ensinar não, é ir lá pra aprender. Porque se aqui tem muito saber, lá tem muita sabedoria. Se um acadêmico entra lá, com o olhar de aprendiz, porque eu quando entrei lá, entrei curiosíssimo. Eu sabia que existiam códigos que eu não entendia, sabia que tinha valores que eu não entendia, então ficava o tempo todo observando e eu via que ali tinha muita sabedoria e eu fui aprendendo a falar a língua deles. Por isso que eu tenho facilidade de falar de um modo que todo mundo entende. Ao mesmo tempo que aqui na academia as pessoas estão vendo e gostando, lá no comitê cultural revolucionário de Acaí, também estão me ouvindo porque eles entendem o que estou falando. É simples. Agora, neguinho parece que tem preguiça, não que conscientizar, quer conduzir as massas. E ainda ficam com raiva quando eu digo: "Olha, vai entregar pizzas se você quer conduzir massas". O povo não precisa de liderança, o povo precisa de consciência e tem muita gente fazendo esse trabalho, acadêmicos e não acadêmicos. Eu sei porque eu trabalho em favela muitas vezes e sei que tem muito movimento cultural rolando. Tem muito trabalho de base acontecendo. Ele não aparece e é bom que não apareça, porque se aparecer, o sistema vai lá pra acabar com aquilo. Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, dentro das periferias. Muita cultura, muita disposição e muito amor próprio se desenvolvendo e eu acho que isso é fundamental. Porque o sentimento de inferioridade ele inibe qualquer tipo de ação. Quando o cara começa a se sentir forte e percebe a braba que ele vive, e que ele resiste, que vive assim mesmo e dá risada assim mesmo, ai a coisa fica um pouco diferente. Eu acho que é uma questão de tempo.

(continua)

quinta-feira, 22 de março de 2012

OFF ON, HARE OM: O mantra da modernidade



Uma vez que, em si mesmos, não vivenciamos nenhum sentido de profunda conexão, permanecemos num constante estado de sede de plenitude e conexão, a qual tentamos saciar — como que com água salgada — por meio das mais variadas formas de avanço tecnológico, entre elas, a TV, internet, celular, e agora, a bola da vez, os tablets. Além disso, com químicos — começando pelo açúcar —, tentamos anestesiar a falta de química de nossas cotidianas relações. No entanto, por mais que tentemos nos enganar, por mais que tentemos fugir de nossa realidade interna, quando apertamos a tecla "OFF", à nossa espera, lá está ela, sempre "ON": a parte anônima de nossa sociedade, sempre disfarçada e nunca devidamente abraçada, solidão.


Nelson Jonas



sábado, 17 de março de 2012

Curtas do dia



"Se alguém pudesse perceber plenamente as implicações surpreendentes dos estados de sonho e sono, não poderia se tornar ou continuar materialista, pois perceberia que existe algo dentro de si capaz de anunciar um fato de sua experiência mas que, apesar disso, está fora de sua experiência consciente. Esse fato é o sono profundo; esse “algo” é o elemento testemunha, a alma."
Paul Brunton

"A educação, por conseguinte, não é apenas uma questão de se passar nuns poucos exames, mas de se ser capaz de pensar nos problemas da vida; só assim a vossa mente não se tornará mecânica, tradicionalista; será uma mente criadora, e não vos sujeitareis apenas a ajustar-vos a sociedade, mas quebrareis todos os seus vínculos, para criardes coisas novas, fora dela - não as inovações dos socialistas, dos comunistas, dos congressistas, mas coisas completamente originais. Esta é que é a verdadeira revolução. É este, afinal de contas, o verdadeiro sentido da educação - isto é, fazer-vos crescer em liberdade e tornar-vos capazes de criar um mundo novo. Os mais velhos não criaram um mundo belo; eles encheram o mundo de desordem e confusão."
Krishnamurti - Debates sobre educação com alunos e professores em Banares Índia

"Buscai a verdade no interior da vida. Deixai a procura de comprovações para os incrédulos."
Trigueirinho

"No fim das contas, você sabe que não há pecado, não há culpa, nem retribuição, há apenas vida, nas suas transformações sem fim. Com a dissolução do 'eu' pessoal, o sofrimento pessoal desaparece. O que permanece é a grande tristeza da compaixão, o horror da dor desnecessária."
Nisargadatta Maharaj


terça-feira, 6 de março de 2012

O auto-engano da respeitabilidade



Apesar da sofisticação tecnológica/material, o homem funciona numa repetição mecânica, dentro do modelo de vida herdado da cultura parental/social. Ao se permitir isso, dá continuidade a esse limitante modo de existir, pautado na busca de conveniências, que por sua vez, sustentam as mais variadas formas de auto-engano. Isso porque, ao homem, em sua infância, não ouve o incentivo para o livre questionar. Ao contrário, o homem foi sistematicamente incentivado para aparentar ordem em meio da desordem. Se ele é capaz de aparentar ordem em meio da desordem, em seu meio, conquista a respeitabilidade, se tornando uma autoridade, sem perceber que, por meio dessa respeitabilidade, instala-se a estagnação. Se o homem é capaz de aparentar ordem em meio da desordem, passa então a ser visto como uma "pessoa responsável" e, por ser responsável, lhe é facilitado a aquisição de transitoriedades que criam a ilusão de sucesso, através da qual se aprisiona cada vez mais ao embrutecido padrão socialmente estabelecido.


Então, para proteger suas transitoriedades conquistadas, tão importantes para a manutenção de sua respeitabilidade dentro do grupo a que pertence, o homem elege autoridades, através de pessoas que também aparentam ordem em meio da desordem e, ao fazer isso, dessas autoridades torna-se silencioso, ajustado, e domesticado mantenedor, delas dependentes. E, sem que se perceba, com o passar dos anos, cada vez mais a vida escapa de suas mãos. Ao se permitir isso, o homem abre mão de sua individualidade, aceitando pagar caro para se ver, feito boi amansado e devidamente registrado, como parte do assustado gado, aprisionado dentro do intrincado curral social.



Desse modo, a repetição do conhecimento do passado, sempre projetado na idéia de futura segurança, rouba do homem a possibilidade de abertura para o estado de insegurança criativa do presente, insegurança essa que parece ser a única forma possível de real segurança e verdadeira ordem.


Nelson Jonas 

 

sábado, 3 de março de 2012

Curtas do dia




Há uma parte do ser que não pode morrer, que não pode passar por aniquilação. Mas ela está muito no profundo do ser. O sábio a encontra antes da morte de seu corpo e aprende a estabelecer sua consciência lá dentro. Os outros a encontram durante alguma fase do estado pós-morte.

De: Os Cadernos de Paul Brunton , volume 6



É tempo de amar a liberdade. É tempo de ser livre.

Trigueirinho



Sobre a busca de sentido

Desde que me conheço por gente, sempre procurei alguma coisa... a razão pela qual estamos aqui. O que fazemos aqui? Quem somos? Se eu puder descobrir só uma fração da resposta... acho que isso vale uma vida humana, não concorda?

Ellie Arroway no filme: CONTATO 

Filme: O Poder da Arte



Gênero: Documentário
Diretor: Carl Hindmarch
Elenco: Variado
Duração: 50 minutos cada episódio
Ano de Lançamento: 2006
País de Origem: Inglaterra
Idioma do Áudio: Inglês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0887235/

O poder da grande arte é o poder de nos levar à revelação e nos resgatar do nosso modo padrão de ver as coisas. Depois do encontro com tal força, não olhamos um rosto, uma cor, um céu, ou um corpo do mesmo modo novamente. Somos ajustados ao novo olhar: uma idéia. Visões da beleza ou um estremecer de prazer são parte deste processo que também pode ser chocante, doloroso, desejável, piedoso e até repulsivo. Esse tipo de arte parece revolver nossos sentidos. Entendemos o mundo de modo diferente.

Uma arte que aponte tão para o alto - seja pelas mãos de Caravaggio, Van Gogh ou Picasso - não é feita sem problemas ou conflitos. É claro que existem muitas obras de arte criadas com serenidade, mas a idéia popular de que algumas obras de arte foram feitas sob stress agudo com o artista lutanto pela integridade da sua concepção e da sua realização não é um mito romântico mesmo. Um olhar de relance sobre como alguns dos trabalhos mais transformadores foram feitos pelas mãos humanas é um encontro com momentos de comoção.

É a estes momentos de grande risco que O Poder da Arte nos leva. Ao invés de tentar reproduzir a irreproduzível sensação que experimentamos quando contemplamos estes trabalhos na agitação de uma galeria ou igreja, a série (e o livro) nos transporta, entretanto, àqueles lugares e dramas inesquecíveis quando o artista conseguiu, apesar dos pesares, nos assombrar. "Todo artista se considera um Rembrandt", gozava Picasso, mas chegaria um tempo quando até ele pensou assim!

Todos os artistas em nossa série - e alguns dos artistas contemporâneos em nosso website que se juntaram para refletir sobre eles - já experimentaram parte dessa arte de aborrecimento revigorante. Espero que ao assistir este programa, você também sinta essa paixão.

Parte Um - Caravaggio
A visão de Caravaggio da pintura era incomum. Ele evitou o método padrão de fazer cópias das velhas esculturas e em lugar disso passou a pintar diretamente sobre a tela sem antes esboçar. Ele também usou pessoas da rua como seus modelos. Seus quadros dramáticos eram realçados com luz intensa e teatral.

O destino de Caravaggio foi selado em 1606 quando assassinou um homem num duelo. Fugiu para Nápoles onde tentou escapar dos problemas com a pintura, tornou-se um Cavalheiro, mas foi então aprisionado em Malta e depois finalmente chegou à Sicília. Foi perdoado pelo crime em 1610, mas morreu de febre tentando retornar a Roma.

Parte Dois - Bernini
Nascido em Nápoles, Bernini era um talento precoce e dominou o mundo artístico na Roma do século 17. Seu trabalho sintetizava o estilo barroco e suas esculturas, interiores e exteriores de igrejas e planejamento urbano podiam ser vistos em todo lugar. Bernini trabalhou sob a tutela de vários Papas: Gregório XV fez dele um Cavaleiro e Urbano VIII o tinha como seu melhor amigo. Foi reverenciado em sua época até que num acesso de ciúme retalhou o rosto de sua amante depois de descobrir seu romance com com seu irmão. Sua reputação caiu ainda mais depois que seus campanários para a Catedral de São Pedro começaram a rachar em 1641. Redimiu-se e recomeçou sua carreira novamente com seu mais famoso trabalho, O Êxtase de St. Teresa, em 1652.

Parte Tres - Rembrandt
Rembrandt teve sucesso na juventude como pintor de retratos para os ricos cidadãos de Amsterdam numa época em que a cidade estava se transformando de um obscuro porto para a capital do mundo. Seus quadros históricos e religiosos também lhe deram ampla aclamação. Apesar de ser conhecido como pintor de retratos, Rembrandt usou seu talento para expandir as fronteiras da pintura. Essa atitude fez dele impopular nos últimos anos de sua carreira conforme deixava de ser a principal atração da cidade para ser abandonado pela cena artística de Amsterdan e ser criticado por seus companheiros.

Parte Quatro - David
A pintura tornou-se um importante meio de comunicação para David desde que seu rosto foi marcado durante uma luta de espadas e sua fala foi prejudicada devido a um tumor benigno que se desenvolveu a partir da ferida, além de gaguejar. Gostava da pintura num novo estilo clássico que se diferenciava da frivolidade do período Rococó e refletia a moral e austeridade que precederam à Revolução Francesa. David tornou-se um aliado próximo do governo republicano e seu trabalho foi crescentemente utilizado como propaganda até A Morte de Marat, seu trabalho mais controverso.

Parte Cinco - Turner
Um dos artistas Britânicos mais celebrados, Turner mostrou talento artístico excepcional ainda muito jovem e entrou para a Academia Real com a idade de 14 anos. Suas paisagens Inglesas fizeram seu nome mas havia um lado escuro em seus quadros difícil de digerir pelos críticos: o crescente uso informal da cor e os temas que eram críticas à visão romanceada da Inglaterra ao final do século 19.

Parte Seis - Van Gogh
Nascido em Groot-Zundert, Holanda, Van Gogh passou os primeiros anos de sua vida como comerciante de arte, professor e pastor na Inglaterra, Holanda e Bélgica. Seu período como artísta começou em 1881 quando decidiu estudar arte em Bruxelas, começando com aquarelas e rapidamente migrando para tinta a óleo. As paisagens francesas foram uma influência importante em sua vida e seus primeiros trabalhos eram dominados por sombras, cores terra retratanto trabalhadores camponeses dentre os quais o famoso Os Comedores de Batata, de 1885.

Parte 7 - Picasso
Nascido em Málaga, Espanha, seus vários estilos e a farta produção marcaram Picasso como um dos mais reconhecidos artistas do século 20. Não se limitou a apenas uma mídia, criando esculturas, entalhes e gravuras. Sua carreira artística começou a crescer depois de mudar-se para Paris em 1900. Seu Período Azul, refletindo a cor e seu humor à época, foi seguido pelo Período Rosa, trabalho inspirado pela arte primitiva e depois o Cubismo, que chocou os críticos, mas que ao final das contas lhe trouxe a fama.

Parte Oito - Rothko
Nascido em Dvinsk, Rússia (hoje Daugavpils, Latvia) Rothko mudou-se com sua família para Portland, Oregon, em 1913. Sua educação artística foi breve, mudou-se para Nova York para estudar com o artista Max Weber e depois disso seguiu sozinho. Rothko é conhecido por seus quadros expressionistas abstratos, mas trabalhou com estilos mais tradicionais no início da carreira, inclusive o Surrealismo em 1940. Em 1947 deu início a sua longa série de quadros de "campos-coloridos", que só terminou na década de 1950. Teve grande sucesso com suas mostras, mas cometeu suicídio em 1970.








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O povo não precisa de liderança, o povo precisa de consciência e tem muita gente fazendo esse trabalho, acadêmicos e não acadêmicos. Eu sei porque eu trabalho em favela muitas vezes e sei que tem muito movimento cultural rolando. Tem muito trabalho de base acontecendo. Ele não aparece e é bom que não apareça, porque se aparecer, o sistema vai lá pra acabar com aquilo. ( Eduardo Marinho )