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Como desconhecidos , porém bem conhecidos ; como morrendo , porém vivemos ; como castigados , porém não mortos ; Como entristecidos , porém sempre alegres ; pobres, mas enriquecendo a muitos ; nada tendo , mas possuindo tudo.

Evangelho de : Paulo



sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Sobre o Ano Novo


Na minha opinião significa somente um parâmetro, uma marcação que usamos para delimitar um período de 365 dias passados. Segundo a definição de Eça de Queirós: “O que sempre alimentou os homens na definição do calendário foi a intenção de tornar o tempo visível e palpável, o calendário daria assim a ilusão de poder reter e ordenar o tempo.” Em 1582, a Igreja impôs uma reforma, a gregoriana, feita pelo papa Gregório XIII onde teve a reforma do calendário, para servir aos interesses da Igreja na marcação temporal dos períodos litúrgicos como páscoa, natal, etc. Será que há motivos para tanta festa, fogos de artifícios, comidas e bebidas em excesso, praias lotadas, consumo desenfreado, etc... somente devido a uma mudança de calendário? Parece que a euforia coletiva é mais uma das fugas da realidade e de si mesmo, onde as pessoas vivem no mundo da “matrix” e fogem do “deserto do real”.

Antonio Carlos Vieira de Paula



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sexo e dinheiro tem seu devido lugar




 


Um Hino para a Modernidade






Os Anjos
Legião Urbana   
Composição: Renato Russo

Hoje não dá
Hoje não dá
Não sei mais o que dizer
E nem o que pensar

Hoje não dá
Hoje não dá
A maldade humana agora não tem nome
Hoje não dá

Pegue duas medidas de estupidez
Junte trinta e quatro partes de mentira
Coloque tudo numa forma
Untada previamente
Com promessas não cumpridas
Adicione a seguir o ódio e a inveja
Dez colheres cheias de burrice
Mexa tudo e misture bem
E não se esqueça antes de levar ao forno temperar
Com essência de espirito de porco
Duas xícaras de indiferença
e um tablete e meio de preguiça

Hoje não dá
Hoje não dá
Está um dia tão bonito lá fora
E eu quero brincar

Mas hoje não dá
Hoje não dá
Vou consertar a minha asa quebrada
E descansar

Gostaria de não saber destes crimes atrozes
É todo dia agora e o que vamos fazer?
Quero voar pra bem longe mas hoje não dá
Não sei o que pensar e nem o que dizer
Só nos sobrou do amor
A falta que ficou

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Como mentes astutas criam seguidores

Encontre um pouco de complexo de inferioridade, confusão, dúvida e medo... Agora, acrescente elogios públicos e um pouco de palavras melosas... Umas pitadas de fala enérgica... Pronto!...





Precisamos de paciência





Quando aramos o solo para o cultivo, precisamos de paciência para arrancar todas as ervas daninhas imprestáveis e esperar, mesmo que o solo pareça estéril, até que as boas sementes escondidas possam germinar e se transformar em plantas. Precisamos de mais paciência ainda para limpar o campo de nossa consciência, coberto com as ervas daninhas dos apegos inúteis aos prazeres sensoriais, que são muito difíceis de serem erradicados. Porém, quando o campo da consciência estiver limpo e semeado com as sementes das boas qualidades, as plantas das nobres atividades brotarão, produzindo abundantemente os frutos da verdadeira felicidade. Acima de tudo, tenha paciência para buscar a comunhão com Deus através da meditação profunda e tornar-se consciente da sua alma indestrutível, escondida no seu perecível corpo físico.

Autor: Paramahansa Yogananda


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

HUMANO AO MÁXIMO






Olá ser humano! Aqui é deus.

Muitas das suas perguntas começarão a ser respondidas a partir de agora. Pelo menos as que dizem respeito as suas indagações existenciais: "Quem sou eu? De onde venho? Pra onde vou?". Esta mensagem é apenas uma das muitas que você passará a receber por vários meios. Não se preocupe com os meios, ocupe-se das mensagens. Nesta aqui, lhe escrevo pra dizer o seguinte:

Eu sou você e você sou eu. Somos um. Mas eu, vestido de você, não quero ser deus. Eu já sou deus, sempre sou, sempre serei (e você também). O que quero, vestido de você, é brincar de ser humano. Se fosse o contrário, se fosse pra você virar deus, não tinha me vestido de ser humano. Eu me visto de você pra brincar de ser você e realizar todo o potencial humano que eu possuo.

Olhe ao seu redor. Já reparou que cada ser humano é diferente um do outro? Eu sou a diferença de cada um e a igualdade de todos. Se eu fosse só magro, loiro de olhos verdes, eu não seria deus, seria uma máquina de Xerox. Por isto, vestido de você, quero ser gordo, magro, forte, fraco, narigudo. Quero ser loiro, ruivo, preto, amarelo, cor de rosa. Quero ter pé chato, frieira entre os dedos, unha encravada.

Vestido de você, quero falar japonês. Fazer gol no maracanã em dia de fla-flu. Passear pelos canais de Veneza. Comer neve no Canadá. Mascar folha de coca em Cusco. Assistir a missa do galo no vaticano. Ouvir um fado. Bater tambor numa tribo africana.

Vestido de você, quero ser rico, pobre e classe média. Quero ir pra Disneylândia, mas também quero ir pro Boqueirão. Quero tomar café na cama, hospedado em hotel de luxo, mas também quero acordar na favela e procurar comida no lixo.

Vestido de você, quero ler Schopenhauer na poltrona da universidade, mas também quero ler a turma da Mônica na poltrona do banheiro. Quero estudar, aprender, descobrir e revelar o universo, mas também quero coçar o saco, fumar maconha e passar a vida pegando onda e tirando onda.

Vestido de você, eu quero ser advogado, manicure, taxista, padeiro, médico, moto-boy, padre, cientista, agricultor, prostituta, veterinário, jogador de basquete, vereador, etc. Quero ter filhos e quero ser filho. Quero deitar em colo de mãe e ouvir conselho de pai. Quero ver e colaborar com o desenvolvimento de outros seres humanos. Quero nascer, viver e morrer.

Vestido de você, quero ficar na fila do banco. Quero me irritar com a demora no atendimento. Quero reclamar da roleta. Quero reclamar do governo. Quero reclamar do sistema. Quero reclamar da humanidade. Quero reclamar do destino. Quero reclamar de deus.

Vestido de você, quero compor a décima sinfonia de Beethoven. Quero compor o bonde do Tigrão. Quero subir no palco. Quero fazer novela. Quero contar piada. Quero jogar tomate no humorista. Quero mijar de rir. Quero pintar o teto da capela Sistina. Quer grafitar os muros da avenida Rebouças. Quero representar Hamlet. Quero aplaudir de pé. Quero fazer reverência.

Vestido de você, quero roubar e ser roubado. Quero torturar e ser torturado. Quero oprimir e ser oprimido. Quero errar, arrepender, perdoar e corrigir. Quero escrever histórias de vida, lê-las com atenção, e depois virar a página pra escrever outras novas e melhores.

Vestido de você, quero sentir emoções assistindo o show cafôna do Roberto Carlos. Quero pensar na morte e sentir medo de morrer. Quero pensar na vida e sentir medo de viver. Quero sentir tesão no meio da tarde, procurar filme na internet e bater punheta. Quero sentir dor de dente. Frio na barriga. E quero ficar ansioso com o resultado da entrevista de emprego.

Vestido de você, quero esquecer que eu sou eu. Quero ser ateu. Quero duvidar. Quero discutir sobre deus. Separar deus em deuses. Construir religiões. Brigar pelo deus verdadeiro. Depois quero buscar deus. E como neste momento, viver o êxtase de me descobrir.

Sim, é muita coisa que eu quero em você, pois é muita coisa que eu posso em você. Algumas que vão além da sua imaginação atual. Mas simplificando pra você, o que eu quero em você é o que você quero pra você, pois você querendo sou eu querendo e eu querendo sou você querendo.

Então, se você quer amar deus, ame a si mesmo, pois você sou eu em pessoa. Se você quer louvar a deus, louve a si mesmo, pois você sou eu em pessoa. Se você quer conhecer deus, conheça a si mesmo, pois você sou eu em pessoa. E por fim, se você quiser trazer o reino dos céus a terra, se permita ser você mesmo, em todo seu potencial, humano ao máximo, pois você sou eu em pessoa.

Unastê. Vocêu.

Rompendo a Hipnose Coletiva



Já é tempo que apareçam ao menos alguns pioneiros corajosos, que saiam dessa hipnose coletiva da humanidade! É uma verdadeira hipnose, uma alucinação coletiva que domina toda a humanidade, sobretudo a humanidade cristã do ocidente. Alguém deve ter a coragem de dizer: Eu não acompanho este movimento! Eu quero voltar à cristicidade do Mestre e não aceito o cristianismo dominante, embora seja justificado por todos os teólogos do mundo!

Autor: Huberto Rohden   

domingo, 25 de dezembro de 2011

Nada existe separadamente




Uma garota contou à amiga que tinha ficado noiva de um vendedor que costumava viajar muito.
"Ele é bonito?", perguntou a amiga.
"Veja, ele jamais se destacaria na multidão."
"Ele tem dinheiro?", continuou a amiga.
"Se ele tem, não costuma gastá-lo."
"E com relação a maus hábitos. Ele tem algum?"
"Bem, ele bebe bastante", disse a futura esposa.
"Eu não entendo você", disse a amiga. "Se você não consegue dizer nada de bom a respeito dele, então por que está se casando com ele?"
"Ele viaja o tempo todo", respondeu ela, "e eu não vou vê-lo nunca."

Essa é a única coisa boa com relação a isso — e essa é a coisa boa sobre o deus dos padres: você nunca vai vê-lo. É por isso que você continua acompanhando o padre.

Para evitar Deus, você segue o padre. Para evitar Deus, você lê a Bíblia. Para evitar Deus, você entoa os Vedas. Para evitar Deus, você se torna um estudioso, um pensador. Para evitar Deus, você está fazendo tudo o que é possível.

Mas por que você quer evitar Deus? Por que, em primeiro lugar, você quer evitar Deus? Existem razões para isso. Basta a ideia de Deus para gerar um medo incrível, porque Deus vai significar a morte para seu ego. Você não vai existir se Deus estiver presente.

O grande místico indiano Kabir disse: "Olhe a ironia disso. Quando eu estou, Deus não está; agora Deus está, e eu não estou. De qualquer modo, o encontro não se deu". Porque para um encontro, são necessárias pelo menos duas pessoas. "Quando eu estava, Deus não estava; agora Deus está, e eu não estou."

O temor é porque você vai ter de perder a si mesmo. Você tem medo da morte; é por isso que você tem medo da morte; é por isso que tem medo de Deus. E é por isso que tem medo do amor, e é por isso que tem medo de tudo o que é grande.

Você está muito ligado a esse falso ego que nunca dá nada a não ser infelicidade e dor, mas ao menos lhe dá o sentimento de que você existe. Preste atenção nisso. Medite sobre isso.

Se você quer existir, então sempre irá cair na armadilha do padre. Na verdade, você não existe. Toda a ideia é uma falsa noção. Como você pode existir? As ondas existem, mas não separadas do oceano. Da mesma forma, nós existimos: não separados do oceano da existência.

É isso que Deus é. As folhas existem, mas não separadas da árvore. Tudo existe, mas nada existe separadamente.
  
Osho


sábado, 24 de dezembro de 2011

A superficialidade do cérebro



O cérebro vive na sombra de seu próprio sofrimento, incapaz de transcender sua futilidade. Ativo ou inerte, nobre ou ignóbil, é infinita sua superficialidade. Incapaz de escapar de si mesmo, vive na sordidez de sua virtude e moralidade. Só lhe resta permanecer imóvel, o que não deve ser confundido com inércia ou indolência. Esta imobilidade é a única maneira de se preservar a sensibilidade do cérebro.

(...) A imensidão do Indescritível somente aflora na completa imobilidade do cérebro.

J. Krishnamurti (Diário de Krishnamurti)

sábado, 17 de dezembro de 2011

Mediana mediocridade de ser



Levou muito tempo para perceber uma triste realidade operante: as pessoas não são culpadas por viverem num constante estado mediano. Na realidade, a palavra que eu gostaria de me referir para retratar o estado de ser em que a grande maioria vive, é a palavra “mediocridade”. Mas, como sei que a grande maioria recebe esta palavra de forma bastante agressiva, vou ficar com a palavra “mediano”. Não há nada de errado em fazer uso da palavra “mediocridade” para me referir ao estado de ser e estar na vida de relação em que a grande maioria, a massa se permite estar. Mediocridade, significa um estado entre o bom e o mau, e é preciso ter sempre em mente e coração que o bom sempre se fez inimigo do melhor. Viver na mediocridade, significa se permitir um modo de vida medíocre, ou seja um modo de vida mediano, sempre igual ao da média, ordinário, sofrível, vulgar — não o vulgar de obscenidade (se bem que em muitos casos é bem isso que ocorre) —, um estado de ser que não permite a expressão do real talento pessoal, somente aquilo que tem pouco valor e que por isso, tem pouco merecimento. O estado de mediocridade é o estado que nos mantém interiormente insuficientes, mesmo que exteriormente, — apesar da pessoa medíocre não sentir assim —, se faça presente tudo o que materialmente se faz necessário para um modo digno de se estar na vida.
..........Como dizia, as pessoas não são culpadas pelo presente estado de mediocridade de suas mentes, por não se verem vitimas da contagiosa mediocridade humana. Todos fomos “adestrados” desde a mais tenra idade para ver na mediocridade, um fator de sucesso. Não é preciso ser um sociólogo para constatar a veracidade desta afirmação: o que é medíocre é que faz sucesso! O que é medíocre é o que dá ibope! O que é medíocre é o que gera voto... A maioria nunca conheceu ou desfrutou de outro estado de ser. Nunca se viu em contato constante, nunca foi excessivamente exposto a ambientes diametralmente opostos ao estado de contagiosa mediocridade. Quase sempre, o ambiente em que se encontravam estava repleto de imitação, repleto de veneração ao que é tradicionalmente estabelecido, sempre permeado por conversas paltadas na trivialidade dos acontecimentos, em conversas que nunca apontavam e que nunca apontam para o que há de mais essencial: a descoberta de sua real natureza. Em vista disso, como poderia ser diferente? Como poderia ser diferente, se desde a nossa infância, somos educados por educadores completamente deseducados sobre si mesmos? Como poderia ser diferente, se em nossa educação, nunca fomos incentivados a fazer perguntas fundamentais, a questionar sempre, a querer ver por si mesmo, ao contrário, sempre forçados, amestrados, adestrados a aceitar o prato pronto de certezas incertas?
..........Definitivamente, as pessoas não são culpadas por isso, não são culpadas por se manterem medíocres. Elas não têm escolha, nunca tiveram. Enquanto seu Ser não se satura da excessiva e contagiosa carga de mediocridade, enquanto seu ser real não dá através da experiência do absurdo, o ar de sua graça, não há como conhecer outra possibilidade, não há como conhecer outra realidade possível.
..........Diz um grande amigo meu, que as pessoas, quando nesse estado de mediocridade, não precisam de modo algum de serem por nós atacadas, uma vez que elas mesmas estão sempre a se auto-atacarem, estão sempre auto-boicotando suas possibilidades de real bem-estar. Essas pessoas, merecem de nossa parte, carinho e proteção, acolhimento e proteção de si mesmas. Não é preciso querer modificá-las, muito menos se trata de querer “aceitá-las”. Trata-se tão somente de estar ao lado destas pessoas, sempre conectado a este estado de Presença, este estado de Presença que sabe muito melhor do que nosso limitado conhecimento, nosso limitado achismo, — fruto de nosso intelecto —, o que poderia ou não ser melhor para essas pessoas. Aliás, viver nessa forma de achismo é um grande sinal da presença de, em nós, um estado medíocre de ser. Quando vivemos presos nesses achismos do que é ou não é melhor para o outro, do que é ou não melhor para o mundo, trata-se do sujo falando do mal vestido. Se podemos fazer algo de realmente significativo para estas pessoas, esse algo se apresenta no trabalho pessoal de se manter em constante contato consciente com este divino, amoroso e caloroso estado de Presença. Ficar nesta calorosa Presença, e permitir que esta Presença, Seja, que Ela atue em sua forma preferida: o silêncio do anonimato. Estas pessoas não precisam de barulho; de barulho, suas mentes já estão cheias. Elas precisam da saneadora, da curativa ação do silêncio do Ser, elas precisam de um mergulho no Ser. Se elas não podem criar o ambiente necessário para que, através do silêncio, esta Presença, Seja e atue, podemos, quando com elas, fazer a nossa parte.
..........Definitivamente, as pessoas não tem culpa alguma de estarem até o último fio de cabelo, permeadas por tal contagiosa mediocridade coletiva. Elas não são culpadas: são apenas, co-responsáveis. Elas não precisam de mais rótulos e julgamentos. Elas precisam de amor... E para isso, eu sou responsável!

..........Nelson Jonas

Ensino Superior



O que conta no "Ensino Superior":

A presença de um bolso pagante

E a indiferença à mente pensante.



Nelson Jonas

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sob Pressão



Quem esta sob pressão?
Quem é aquele que pressiona?
Quem é aquele que se submete a pressão?
Qual a origem da pressão?
O que da continuidade e vida a pressão?
Por que a pressão não termina?
Por que?Por que?Por que?


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O poder e a corrupção



Ainda que Deus é a fonte última de toda energia,

o eu tem a tendência a empregá-la mal para

seus próprios propósitos ignorantes.

Bernadette Roberts



"É fácil ser monge no alto da montanha", de diz, e com razão. Nas montanhas, a sós, você não tem que pelejar mais do que com a sua própria mente e suas forças internas. Enquanto o monge permanece recluso (ainda que pense estar iluminado muito antes que assim seja) não causa dano, exceto a si mesmo, supostamente. Porém, quando desce da montanha e volta a entrar no mundo das relações humanas, tudo se manifesta externamente. Toda tendência interna frente ao abuso do poder — o que chamamos "corrupção" — tem uma contraparte externa. Além do mais, o mundo externo muitas vezes não oferece clareza e verdade, senão que se faz de espelho da corrupção interior. Os mundos internos e externos estão cheios de oportunidades para que se manifeste a corrupção no indivíduo que tenha ainda que seja mínima vulnerabilidade não revelada para as seduções do poder.



O poder, em si mesmo não é algo ruim. Só os indivíduos verdadeiramente poderosos são capazes de produzir transformações positivas nos outros e no mundo. Os grandes políticos, os líderes espirituais e indivíduos menos conhecidos que tem influenciado e afetado seus ambientes são todos eles pessoas poderosas. O poder em si mesmo é uma força neutra, objetiva, que só se corrompe quando se usa com propósitos egocêntricos ou egoístas. Por exemplo, o poder da CEO é útil quando oferece um ambiente de trabalho saudável para os empregados da companhia, não explora os recursos humanos nem materiais e oferece um serviço necessário às pessoas. Esse mesmo poder se corrompe, não obstante, quando se usa para propósitos puramente egocentrados: controlar os outros, acumular irracionalmente lojas de recursos enquanto outros lutam para obter o mínimo, produzir produtos que causam danos ao ambiente, etc.



Joel Kramer e Diane Alstad, co-autores de The Guru Papers, afirmam:



As corrupções do poder tem lugar quando manter o poder se converte em algo fundamental e mais importante que seu efeito sobre os outros. Ainda que este tipo de perigo está presente em toda interação humana, quando as possibilidades de corrupção se intensificam é quando se unem o poder e a posição... A hierarquia e a autoridade formam parte da paisagem humana. Ambos se tornam autoritários quando sua principal tarefa passa a ser a sustentação do poder.



A maioria dos mestres espirituais detém um enorme poder pessoal, inclusive quando se trata de pseudosmestres ou mestres não totalmente realizados. Muitos estudantes espirituais detém igualmente tal poder. Este poder é neutro em si mesmo, um pré-requisito para guiar com eficiência aos outros. Bem, agora, há que se estar vigilante para perceber quando o ego e o desejo se mesclam com esse poder até o ponto de dominá-lo.




Sobre a dificuldade de abandonar grupos

Diante de tantos abusos e absurdos cometidos pelos auto-intitulados "pastores, bispos , apóstolos" e seus subordinados, porque tantos evangélicos membros de seitas pseudo-evangélicas têm tanta dificuldade de abandonar o templo?

COVARDIA? CONIVÊNCIA, BURRICE?
Eu fico com as três alternativas. Confira a fala de Caio Fabio:



O que nos ajuda a explicar, por exemplo, você que está ai e que já entendeu os enganos da religião, já discerniu as maracutaias de muitos líderes, já discerniu o comércio da fé que é efeito, já discerniu todo o estelionato produzido, já compreendeu como o circo funciona, já compreendeu que não tem espírito santo, tem é marketing, publicidade, propaganda, volúpia, ganância e trabalho ganancioso e voluntariado explorado nesse chamado "crescimento explosivo da igreja", o que tem é isso ai!... Ele já discerniu isso tudo mas o cara continua sofrendo!...





Eu sei que está tudo errado mas eu não consigo deixar de ir porque eu tenho amigos lá... Eu tenho amigos!... E por causa dos amigos o cara vai engolindo, engolindo, engolindo e por causa dos amigos, tem gente que se mata junto com os amigos. E tem gente que não se mata junto com os amigos mas que fica com saudades da morte pra sempre, como milhares vivendo ali estão! Já compreenderam tudo mas não conseguem interiormente fazer a ruptura porque se sentem como se estivessem traindo "o amor"... Porque eram pessoas que ele amou e que o amaram — e que fizeram essa loucura — se ele disser: "o que eles fizeram é uma loucura e eu não compactuo com essa loucura", parece que ele está traindo o amor dos que o amaram e o acolheram. Para não trair tal amor, ele fica fazendo a confissão do que ele mesmo não crê, porque se ele cresse, teria ido junto, mas, para não negar o amor...



É exatamente na sua situação, que graças a Deus não se matou, mas já se suicidou muitas vezes... Quantas vezes você já se suicidou? Quantas coisas da sua consciência, que a sua consciência dizia "não, não, não, não faz! Evangelho não é isso!"... Mas o pastorzão já chegava e dizia: "Em nome do Senhor, quem estiver na visão, siga-me!" E ai você vai se matando todinho, se esfolando, mas vai por amor aos irmãos, pra não trair!... Porque não se entendeu até hoje que o que importa é obedecer a Deus, do que aos homens!...

 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Quais são os maiores erros na criação dos filhos?


Há muitos erros na criação dos filhos, mas eu falarei apenas sobre o mais importante. Primeiro: a ideia de que seus filhos pertencem a você.

Eles vêm ao mundo por meio de você; você foi um canal de passagem, mas eles não pertencem a você. Eles
não são suas posses
. Com essa ideia de possessividade, muitos erros aparecem.

Quando começa a achar que eles pertencem a você, acaba
reduzindo-os a objetos
, porque somente os objetos podem ser possuídos, não seres humanos. É o ato mais feio que você pode cometer.

E seus filhos são tão impotentes, tão dependentes, que
não podem se rebelar
. Eles aceitam toda as suas decisões.

E para proteger suas posses, você os torna cristãos assim que eles nascem. Você os torna hindus, muçulmanos, budistas, judeus — não consegue esperar! E não consegue
enxergar o absurdo
nisso tudo?

Na política, uma pessoa é considerada adulta e pronta para votar aos dezoito anos. A religião é
menos importante
do que a política?

Mas, antes mesmo que a criança aprenda a falar, ela sofre a circuncisão; fica sabendo que é um judeu. É batizada, sem seu consentimento — pelo simples fato de que você
não precisa pedir o consentimento de um móvel
, onde colocá-lo, se deve mantê-lo ou jogá-lo fora.

Você age com seus filhos da mesma maneira, como se eles fossem
objetos
.

Se os pais estiverem atentos, conscientes, esperarão que o filho cresça para que ele possa escolher. Se ele tiver a vontade de se tornar um cristão, ele é
livre para isso
. Se quiser se tornar um budista, é livre para isso. Mas deveria escolher apenas quando decidir.

Eu acredito que, se dezoito anos é a idade mínima para a política, para a religião quarenta e dois anos deveria ser a idade mínima para as pessoas decidirem. E, na verdade, é nessa época que a religião se torna importante. Você viveu sua vida; viu todas as etapas da vida — quarenta e dois anos de idade é um
momento muito decisivo
.

É quando tem de decidir se continuará a mesma rotina de vida, ou se dará a ela uma
nova dimensão
. E essa nova dimensão é a religião.

Se a pessoa decidir ser religiosa — simplesmente religiosa, sem pertencer a qualquer organização,
sem pertencer a qualquer igreja
— perfeito. Ela escolheu a liberdade.

Mas é um problema pessoal,
íntimo
, ninguém pode interferir.

Mas os pais começam a interferir desde o começo.
Por que a pressa?
A pressa só serve para que, mais tarde,a criança reclame, pergunte por que ela é uma judia — porque ela não nasceu judia; nenhuma criança nasce judia, cristã ou hindu.

Todas as crianças nascem como uma folha em branco, um quadro vazio.
Nada está escrito
nelas... inocência pura.

A primeira coisa a ser lembrada é:
não reduza a criança a um objeto
, não se esforce para isso.

Dê individualidade a ela, não imponha uma personalidade a ela. A individualidade, ela traz consigo; a personalidade é imposta pelos pais, pela sociedade, pelo sistema educacional, pela igreja. Se você entender, não vai impor nada a seu filho, vai
ajudar seu filho a ser ele mesmo
.

Certamente isso é difícil. É por isso que todas as sociedades, de todas as épocas,
escolheram o caminho simples
: é mais simples impor alguma coisa à criança. Então ela se torna obediente, não se torna rebelde. Não causa a você problema algum, não se torna uma irritação.

Mas se você der a ela total liberdade e ajudá-la a ser livre e individual, ela poderá lhe trazer uma série de problemas. As pessoas decidiram
destruir a criança
em vez de aceitar os problemas.

Se você tem tanto medo de problemas, é melhor não ter um filho. Mas dar vida a uma criança e depois destruí-la só para não ter problemas é
muito desumano
.

As crianças são a classe de pessoas mais escravizadas da sociedade humana,
as mais exploradas — e exploradas "para seu próprio bem".
Osho, em "Educando a Criança de Hoje"
Imagem por
TrevinC


sábado, 10 de dezembro de 2011

Consumismo Infantil, um problema de todos



Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconseqüente. As crianças, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves conseqüências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e interesse geral.

De pais e educadores a agentes do mercado global, todos voltam os olhares para a infância − os primeiros preocupados com o futuro das crianças, já os últimos fazem crer que estão preocupados apenas com a ganância de seus negócios. Para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de escolha de produtos ou serviços. As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família (TNS/InterScience, outubro de 2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza. A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto quando é diretamente exposto às complexidades das relações de consumo sem que esteja efetivamente pronto para isso.

As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o que seus pais compram e são tratadas como consumidores mirins, mas também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente imposto.

Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado. Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor, 2005x2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade não se dirige às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são assediadas pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos direcionados também aos adultos. Em março de 2007, o IBOPE Mídia divulgou os dados de investimento publicitário no Brasil. Segundo o levantamento, esse mercado movimentou cerca de R$ 39 bilhões em 2006. A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade. Ao cruzar essa informação com o fato da criança brasileira passar em média quatro horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à programação televisiva (Painel Nacional de Televisores, IBOPE 2007) é possível imaginar o impacto da publicidade na infância. No entanto, apesar de toda essa força, a publicidade veiculada na televisão é apenas um dos fatores que contribuem para o consumismo infantil. A TNS, instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais atraídas por produtos e serviços que sejam associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinião dos amigos também foi identificada como uma forte influência.

Não é por acaso que o consumismo está relacionado à idéia de devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragédias naturais, como queimadas, furacões, inundações gigantescas, enchentes e períodos prolongados de seca, são muito mais comuns e freqüentes, foi porque a exploração irresponsável do meio ambiente prevaleceu ao longo de décadas.

Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia, para o desequilíbrio global. O consumismo infantil, portanto, é um problema que não está ligado apenas à educação escolar e doméstica. Embora a questão seja tratada quase sempre como algo relacionado à esfera familiar, crianças que aprendem a consumir de forma inconseqüente e desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética, econômica e social.

O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, combate qualquer tipo de comunicação mercadológica dirigida às crianças por entender que os danos causados pela lógica insustentável do consumo irracional podem ser minorados e evitados, se efetivamente a infância for preservada em sua essência como o tempo indispensável e fundamental para a formação da cidadania. Indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade mais justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida não apenas como um conceito a ser perseguido, mas uma prática a ser vivida.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Nada novo em conhecimentos, ideias sobre ideias, sobre idéias







Certamente, um homem que está compreendendo a vida não possui crenças. Um homem que ama, não possui crenças - ele ama. O homem que está consumido pelo intelecto é que possui crenças, porque o intelecto está sempre buscando segurança, proteção; está sempre evitando o perigo, e portanto constrói idéias, crenças, ideais, atrás dos quais ele pode obter abrigo. O que aconteceria se você lidasse com a violência diretamente, agora? Você seria um perigo para a sociedade; e em razão da mente prever o perigo, ela diz "Eu alcançarei o ideal da não-violência daqui há dez anos" - o que é uma tamanha ficção, um processo falso... Compreender "o que é", é mais importante do que criar e seguir ideais porque eles são falsos, e "o que é" é real. Compreender "o que é" requer uma enorme capacidade, uma mente ativa e sem pré-conceitos. Por não querermos encarar e compreender "o que é" é que inventamos as várias formas de fugas e damos à elas nomes atraentes como ideal, crença, Deus. Certamente, é somente quando vemos o falso como falso que a mente é capaz de perceber o que é real. Uma mente que se encontra emaranhada no falso, nunca pode encontrar a verdade. Portanto, devo compreender aquilo que é falso nas minhas relações, nas minha idéias, nas coisas sobre mim, porque perceber a verdade exige a compreensão disso. Sem remover as causas da ignorância, não pode haver esclarecimento; e buscar o esclarecimento quando a mente não está esclarecida, absolutamente vazia é sem sentido. Conseqüentemente, devo começar a descobrir aquilo que é falso nas minhas relações com as idéias, com as pessoas, com as coisas. Quando a mente percebe o que é falso, então aquilo que é real se manifesta e então há o êxtase, há felicidade.

Krishnamurti

Vendo-se o que está se passando no mundo, e principalmente neste país, parece-me que o que se faz necessário é uma revolução total de consciência. E não será possível tal revolução, se permanecermos insensatamente apegados a crenças, idéias e conceitos. Não encontraremos saída de nossa confusão, angústia, conflito, pela constante repetição do Gita, do Upanishads e demais livros sagrados; isso poderá levar à hipocrisia, a uma vida de insinceridade, de interminável pregação moral, porém nunca a enfrentar realidades. O que nos cumpre fazer é, segundo me parece, tornar-nos cônscios das condições de nossa existência diária, de nossos infortúnios, nossas angústias, nossa confusão e conflito, e tratar de compreendê-los tão profundamente que possamos lançar uma base adequada, para começar. Não há outra solução. Temos de enfrentar-nos assim como somos e não como deveríamos ser, segundo um certo padrão ou ideal. Temos de ver realmente o que somos e, daí, iniciar a transformação radical.

Krishnamurti - O Despertar da Sensibilidade - ICK


Não citeis ninguém. Viver das idéias de outros é uma das coisas mais terríveis que se podem fazer. Idéias não são a verdade
Krishnamurti - Fora da Violência - Ed. Cultrix


Procuramos felicidade através das coisas, pelas relações, por meio de pensamentos e idéias. Assim as coisas, as relações e idéias tornam-se todas importantes, e não a Felicidade. Quando se procura felicidade através de alguma coisa, então, a coisa torna-se de valor superior a própria felicidade. Quando apresentado desta forma o problema parece simples e é simples. Procuramos felicidade na propriedade, na família, no nome e então, a propriedade, a família, a idéia torna-se todas importantíssimas, mas sendo a felicidade procurada por um algum meio, o meio destrói o fim. A felicidade pode ser achada por algum meio qualquer, através de qualquer coisa feita pela mão ou pela mente? As coisas, as relações e idéias são claramente não-permanentes, estamos sempre insatisfeitos com elas. As coisas são impermanentes, se acabam e são perdidas; o relacionamento é um constante atrito e a morte é o fim; idéias e convicções não têm nenhuma estabilidade, não são permanentes. Procuramos felicidade nisso e ainda não percebemos sua impermanencia. Portanto, o sofrimento se torna nossa constante companheira superando nosso problema. Para descobrir o verdadeiro sentido da felicidade, temos de explorar o rioa do autoconhecimento. Autoconhecimento não é um fim em si mesmo. Existe a fonte deste rio? Cada gota de água do seu início até o fim é que faz o rio. Imaginar que acharemos felicidade na fonte é um equivoco. Ela se encontra onde você está no rio do autoconhecimento.

Krishnamurti - O Livro da Vida

Não sei se vocês têm observado que uma grande parte do intelecto interfere em nossa vida. Os jornais, as revistas, tudo atua sobre nós nos cultivando a razão. Não que eu seja contra a razão. Pelo contrário, é preciso ter a capacidade de raciocinar precisamente de forma muito clara. Mas, se você observar você verá que o intelecto está perpetuamente analisando, por que é que uma pessoa deve ou não pertencer a algo, por que é preciso ser o desconhecido* para achar realidade, e outras coisas mais. Temos aprendido o processo de análise de nós mesmos. Portanto, existe o intelecto com a sua capacidade para investigar, de analisar, de raciocinar e chegar a conclusões, e há a percepção, percepção pura, que está sempre sendo interrompida, colorida pelo intelecto. E quando o intelecto interfere na percepção pura, esta interferência faz com que se desenvolva uma mente medíocre. De um lado, temos intelecto, com a sua capacidade de raciocinar com base em seu gostar e não gostar, de acordo com o seu condicionamento, em função de sua experiência e conhecimentos, e do por outro lado, temos a percepção, que é corrompida pela sociedade, pelo medo. E estes dois revelarão o que é a verdade? Ou existe apenas o discernimento, e nada mais?

Krishnamurti – O Livro da Vida


Não sei se você tem considerado a natureza do intelecto. O intelecto e as suas atividades estão sempre no mesmo nível, não? Mas, quando o intelecto interfere na percepção pura, acontece a mediocridade. Conhecer a função do intelecto, e ser consciente desta percepção pura, sem deixar os dois misturados se destruírem um ao outro, requer uma consciência muito clara e nítida . Assim, a função do intelecto é sempre, não é, investigar, analisar, procurar exteriormente, mas, por querermos estar seguros interiormente, psicologicamente, por estamos receosos, ansiosos na vida, chegamos a algum tipo de conclusão com que já estávamos comprometidos. De um compromisso avançamos para outro, e eu digo que essa mente, tal intelecto sendo escravizada a uma conclusão, cessou de pensar, de investigar.

Krishnamurti – O Livro da Vida


Em nossa busca por conhecimento, em nossos desejos de conquista, nós perdemos o amor, ficamos cegos à percepção da beleza, a sensibilidade para a crueldade, nos tornado cada vez mais especializado, e cada vez menos integrado. A sabedoria não pode ser substituída pelo conhecimento, e nenhuma quantidade de explicações, nenhuma acumulação de fatos, libertará homem do sofrimento. O conhecimento é necessário, ciência tem seu lugar, mas se a mente e coração são sufocados pelo conhecimento, e se a causa de sofrimento é justificada, a vida torna-se vã e sem sentido, a informação, o conhecimento dos fatos, embora sempre crescente, é por sua natureza muito limitada. A sabedoria é infinita, inclui conhecimento e a forma de ação, mas tomamos, seguramos um ramo e pensamos que é a árvore inteira. Pelo conhecimento da parte, nós nunca podemos compreender a alegria do todo. O intelecto nunca pode levar a totalidade, para é apenas um segmento, uma parte. Nós separamos intelecto da percepção, e temos desenvolvido o intelecto à custa da percepção. Somos como um objeto de três pernas com uma perna muito mais longa que as outras, e nós não temos nenhum equilíbrio. Somos treinados para ser intelectuais, a nossa educação cultiva o intelecto para ser afiado, astuto, cheio de cobiça, e assim ele desempenha o papel mais importante em nossas vida. A inteligência é muito maior que o intelecto, porque é a integração da razão e do amor, mas só pode haver inteligência quando existe autoconhecimento, o entendimento profundo do processo total de si mesmo.

Krishnamurti – O Livro da Vida

Procuramos felicidade através das coisas, pelas relações, por meio de pensamentos e idéias. Assim as coisas, as relações e idéias tornam-se todas importantes, e não a Felicidade. Quando se procura felicidade através de alguma coisa, então, a coisa torna-se de valor superior a própria felicidade. Quando apresentado desta forma o problema parece simples e é simples. Procuramos felicidade na propriedade, na família, no nome e então, a propriedade, a família, a idéia torna-se todas importantíssimas, mas sendo a felicidade procurada por um algum meio, o meio destrói o fim. A felicidade pode ser achada por algum meio qualquer, através de qualquer coisa feita pela mão ou pela mente? As coisas, as relações e idéias são claramente não-permanentes, estamos sempre insatisfeitos com elas. As coisas são impermanentes, se acabam e são perdidas; o relacionamento é um constante atrito e a morte é o fim; idéias e convicções não têm nenhuma estabilidade, não são permanentes. Procuramos felicidade nisso e ainda não percebemos sua impermanencia. Portanto, o sofrimento se torna nossa constante companheira superando nosso problema. Para descobrir o verdadeiro sentido da felicidade, temos de explorar o rioa do autoconhecimento. Autoconhecimento não é um fim em si mesmo. Existe a fonte deste rio? Cada gota de água do seu início até o fim é que faz o rio. Imaginar que acharemos felicidade na fonte é um equivoco. Ela se encontra onde você está no rio do autoconhecimento.
Krishnamurti - O Livro da Vida 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Que se entende por "governo"?



Que se entende por "governo"? Pessoas investidas de autoridade, um pouco burocratas, membros de gabinete, o primeiro-ministro, etc. Isso é o governo? Quem o elege? Sois vós, não é verdade? Sois os responsáveis por ele, não é exato? Tendes o governo que desejais - então, porque reclamais?... Sois vós os responsáveis e não o governo, porque o governo é a projeção, o prolongamento de vós mesmos - os seus valores são os vossos valores... garanto que também quereis ser exploradores, na ocasião oportuna, e por isso sustentais este jogo... Senhores, deveria existir uma classe de pessoas independentes do governo, não pertencentes à sociedade, à margem da sociedade, — para atuarem como guias. Essas são os “açoitadores”, os profetas, que vos apontam vossos grandes erros. Mas não existe nenhum grupo desses, porque o governo, no mundo moderno, não pode apoiar um tal grupo, um grupo sem autoridade, que não pertence ao governo, que não pertence a nenhuma religião, casta ou nação. É só um grupo desses que pode atuar como um freio aos governos. Porque os governos se estão tornando cada vez mais prepotentes, pondo ao seu serviço uma maioria de seres humanos, e em conseqüência os cidadãos, em números cada vez maiores, se vão tornando incapazes de pensar por si mesmos. O governo os controla e lhes diz o que devem fazer. Assim, só quando existe um grupo daqueles, um grupo enérgico, inteligente, ativo, só então há esperança de salvação. De outro modo, todos nós vamos acabar como empregados do governo, e o governo mais e mais nos dirá o que devemos fazer, e nos ensinará o que pensar, e não a pensar.

Autor: Krishnamurti - A Arte da Libertação - página 94


Distintivo Real



Quer ser uma pessoa distinta?
Trate bem — indistintamente — a todos.
Cada um possui uma flâmula, uma fagulha, cujo reconhecimento coloca em um novo patamar as relações cotidianas, deixando a distinção entre fraco ou forte, pobre ou rico, burro ou inteligente, viciado ou virtuoso, no seu devido lugar: o lixo.
Tratar bem ultrapassa a boa educação. Tratar educadamente não é tratar bem. Muitas feridas são causadas educadamente. Dispensar um bom tratamento a qualquer um, mesmo a um qualquer, requer humildade.
Humildade...
É estar convicto da própria importância. E do quanto o outro é importante também. Quem conhece a sua real importância, despida de todos os disfarces do status, nem palavras, nem gestos, nem postura, jamais diminuem alguém. Caminha feito um rei, sem coroa e sem subalternos.
Um rei, em cujo reinado sempre haverá lugar para mais um hóspede inesperado e faminto...
Liban Raach

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Como trato os homens?



Que obrigação moral eu tenho para com meus semelhantes? Nenhuma, senão aquela que devo a mim mesmo, aos objetos materiais e a toda existência: a racionalidade. Trato os homens como requerem minha natureza e as exigências deles: por meio da razão. Não busco nem desejo nada deles senão os relacionamentos nos quais eles escolham entrar por livre e espontânea vontade. Só sei lidar com suas mentes - e assim mesmo quando isso é do meu interesse - quando eles veem que meu interesse coincide com o deles. Quando isso não acontece, não entro em relação nenhuma. Quem discordar de mim que siga seu caminho, que eu não me desvio do meu. Só venço por meio da lógica, e só a ela me rendo. Não abro mão de minha razão, nem lido com homens que abrem mão da sua. Nada tenho a ganhar com idiotas e covardes; não tento ganhar nada dos vícios humanos: a estupidez, a desonestidade, o medo. Quando discordo de um homem racional, deixo que a realidade seja nosso árbitro final. Se eu estiver certo, ele aprenderá; se eu estiver errado, aprenderei; um de nós ganhará, porém nós dois lucraremos.


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O futuro da humanidade

DIVIDOCRACIA




Título: DIVIDOCRACIA
País de Origem: Grécia
Ano: 2011
Tempo: 74 min.
Direção: Katerina Kitidi e Aris Hatzistefanou
Comentários de Jair de Souza: "Documentário que revela a crise econômico-social pela qual passam os países periféricos da União Europeia, em especial a Grécia. Vemos como as políticas econômicas neoliberais impostas pelos agentes financeiros da UE levam à bancarrota os países de sua periferia e os deixam maniatados às decisões das grandes corporações financeiras extranacionais. O interesse primordial é sempre a defesa dos ganhos dos grandes grupos financeiros dos países mais fortes, principalmente da Alemanha, em detrimento das maiorias populares dos países de segunda linha, como Grécia e Irlanda.

O filme também nos mostra que é possível enfrentar com êxito às pressões dos aparelhos a serviço do capital financeiro mundial (FMI, Banco Mundial, etc.) quando os governantes do país ameaçado têm suficiente dignidade para colocar em primeiro lugar a satisfação das necessidades de seu povo, e não a obsessão por lucros dos magnatas financeiros. É o caso do Equador dirigido por Rafael Correa.

Este documentário expõe a crueldade que move o neoliberalismo em seu afã por ganhar cada vez mais às custas do sacrifício de todos os demais setores da população. Ele também deixa claro que, com a decidida mobilização das maiorias populares, o monstruoso aparato financeiro pode ser derrotado."



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O povo não precisa de liderança, o povo precisa de consciência e tem muita gente fazendo esse trabalho, acadêmicos e não acadêmicos. Eu sei porque eu trabalho em favela muitas vezes e sei que tem muito movimento cultural rolando. Tem muito trabalho de base acontecendo. Ele não aparece e é bom que não apareça, porque se aparecer, o sistema vai lá pra acabar com aquilo. ( Eduardo Marinho )