N.J.: Oi, amoré! Tenho um recado do Marcos Gualberto para você.
.........A.Z.: Diga!
Nelson Jonas disse Confie na sua intuição, não dê ouvidos ao seu mecanismo, ao cérebro que reparte, divide, analisa tudo, filtrando pra ver se é bom ou ruim. De tudo aquilo que você estiver ouvindo e tendo por si mesmo a possibilidade de viver, isso é para você. Tudo o que quero, é que você se encontre um dia. Do mesmo modo como apareci, desapareço também. O que importa para mim é a sua "meta" ser realizada.
.........A.Z.: 10.
.........N.J.: Ele pediu para que eu lhe transmitisse isso; é para você, em especial. Fez questão de dar uma passadinha rápida pelo MNS, só para deixar este recadinho amoroso.
.........A.Z.: Lindo!
.........N.J.: Que amigo lhe disse algo, logo pela manhã com tamanha propriedade? Em qual conversa você se recorda de um dia ter sido de forma tão amorosa e direta?
.........A.Z.: Não me recordo.
.........N.J.: Qual amigo, um dia, fez logo cedo, um contato com tamanho conteúdo? Quem vibrou algo assim para você logo pela manhã? Com tanha carga de desapego, liberdade e amorosidade? Disse que seu coração está vibrando muito por você, que está feliz com seu movimento.
.........A.Z.: Sim, fantástico!
.........N.J.: Em vista de uma experiência tão amorosa como essa, tão nutritiva, tão impuslionante, tão lado a lado, como posso querer me manter preso às desgastadas amizades? Como posso me preocupar com elas?
.........A.Z.: É parece que encontramos outro grupo que vai ficar no lugar dos anônimos, só que em outra dimensão.
.........N.J.: Entendo agora que, talvez momentaneamente, eles tiveram que sair de nossas vidas para dar lugar alguém com algo de outra dimensão muito mais amorosa.
.........N.J.: E qualitativamente potencializadora. Veja, comentei ontem, durante a pizza, a respeito da reunião, do Satsang on-line com nosso velho amigo. Foi um teste. Queria ver se ele manifestaria, ao menos curiosidade. Ouviu com aquele olhar perdido, opaco, sem brilho, característico de quem não está ouvindo nada, a não ser o eco de seus próprios pensamentos, a respeito do assunto que realmente deseja conversa. Um assunto desta natureza, só por agora, não faz parte de sua realidade, visto que nem quis saber do endereço, tratando logo de mudar de assunto, inclusive me cortando dizendo a expressão: “mudando de assunto”... Ele não tem culpa, uma vez que tem ouvidos no coração, como nós um dia. Outrora, uma experiência como essa me deixaria emputecido. Ao contrário, fez-me rir, não do amigo, mas sim, do mecanimo, do eu embotado no qual seu ser verdadeiro encontra-se adormecido. Quando se vive nessa limitada esfera, os ouvidos permanecem na horizontalidade externa, nas questões sensoriais de superfície
.........A.Z.: Sinto que uma nova fase está se instalando em nossas vidas! Snto isso com muita profundidade e alegria; há tempos que buscávamos tanto por isso e o Universo, mais uma vez, conspira a nosso favor. Sinto que encontramos pessoas que realmente falam nossa língua: a língua do coração.
.........N.J.: As questões sensoriais da alma, do espírito, do ser que nos faz ser, são completamente desconhecidas para estas pessoas, pois elas vivem dentro de um estressante sonambulismo mecanicista.
.........A.Z.: Sinto uma grande amorosidade... Sinto que eles ainda não acordaram, não despertaram do sono profundo de suas vidas.
.........N.J.: Você é capaz de sentir isso, toda essa manifestação de amorosidade porque a própria amorosidade, o próprio Amor está crescendo em você, esta se fazendo um, ocupando o espaço que sempre foi de seu direito e que antes era ocupado por toda forma de indevida identificação com os conteúdos destituídos de real conteúdo proveniente das grossas camadas do eu. Essa amorosidade da qual você se refere, como você vive isso, agora, eco como amorosidade diante do outro.
.........A.Z.: Com certeza! Me sinto muito bem. Só sinto por nossos amigos, pessoas que queremos muito bem, estarem presos nessa comum e contagiosa rede alimentada de superficialidade.
.........N.J.: Por isso que tudo isto que estamos vivendo não cria uma ressonância magnética para eles; aquela ressonância que faz com que haja comunicação e comunhão em tempo real.
.........A.Z.: Estou sentindo a vida pulsar em meu coração!
.........N.J.: E esse pulsar do coração, acontece sem nenhum chiado, sem nenhum “PIC”
.........A.Z.: Sim porque o pic não tem o poder de cortar o que é essencial. O sinal chega ao coração, redondinho!
.........N.J.: Sim! Sem qualquer tipo de interferência causada pelos ouvidos desatentos pela identificação com o que é externo, com tudo aquilo que não é capaz de espelhar essa amorosidade comungante.
e isso
.........A.Z.: Sim, apenas sentindo a vibração...
.........N.J.: Eu considero esses acontecimentos que mantém o homem num modo de vida limitado — quando traz dentro de si a potencia onde não há limites, não há centro, não há ponto de referência — como uma verdadeira tragédia existencial.
.........A.Z.: Não entendi.
.........N.J.: Em outras palavras, manter-se preso em ouvidos que só ecoam no transitório, no temporal, no não qualitativo, no não potecializador, no não “fermético”, manter os ouvidos em situações que só produzem pressão, estresse, desconfiança, disputa, concorrência, raiva, medo, inveja, separação e toda forma de manifestação que limita a expressão da verdadeira liberdade do espírito humano, do ser que nos fazer ser.
.........A.Z.: É, infelizmente a maioria está vibrando nessa frequência que não capta o principal, o que é essencial, a única coisa necessária. Esse tipo de vibração só pode captar mais mecanismos externos que aprisionam cada vez mais e, o pior de tudo, é que nossos amigos nem fazem ideia disso.
.........N.J.: A liberdade do ser não pode ser encontrada em nada que não seja o PRÓPRIO SER.
.........A.Z.: Sim.
.........N.J.: Enquanto não chega esta percepção, que não é fruto, não é produto de uma análise de um acompanhamento mental sustentado na lógica, na razão, não é de resultado de uma reflexão mental, não há como se instalar esses "ouvidos do coração".
.........A.Z.: É ficam só nos limites do cabeção, obedecendo às suas ditaduras.
.........N.J.: Enquanto não se manifesta isso, enquanto não tiramos a fétida rolha de cerume dessa ilusória identificação com os agentes externos — e internos — tidos como sendo a pessoa, no “eu”, não há como ser sensível a palavras como esta enviada pelo nosso recente amigo. Palavras como estas são verdadeiras dinamites cósmicas, explosivos búdicos, granadas crísticas...
.........A.Z.: Sim, que colocam ao chão toda forma de loucura.
.........N.J.: Explosivos abençoados que demolem por completo a frágil, torta, desgastada estrutura interna do eu, desse eu que só é de uma externa beleza sintética estética e que, em seu interior, é de um inenarrável vazio. As palavras que encontramos em nossas relações diárias, nunca apresentam esse tipo de conteúdo divinamente explosivo. Ao contrário, elas cristalizam a identificação com tudo que é externo, elas potencializam desejos de necessidades desnecessárias, elas fermentam crenças disfuncionais, que são como um vinho velho do qual torna-se quase que impossível lidar com posterior ressaca emocional. É chagada a hora de beber vinho novo, que paradoxalmente é o vinho da mais antiga safra, da safra primária, pois é um vinho que vem direto do criador da semente que se fez uva, da semente do criou o primeiro viticultor e também o primeiro vinicultor.
.........A.Z.: Isso é fantástico!
.........N.J.: Esse é um vinho que não se encontra nas melhores prateleiras dos mais sofisticados supermercadose adegas...
.........A.Z.: Vem do criador que tudo renova!
.........N.J.: Esse é um vinho que produz sim, alterações na mente, mas alterações que nada tem a ver com as antigas rebordosas, pois não produz ressaca. Ao contrário, é um vinho que vitaliza.
.........A.Z.: Produz a graça!
.........N.J.: Pois é produto da própria graça e o melhor: nos e é dado de graça. É dado a todo aquele que quer realmente dele berer, para quem quer com ele brindar de verdade a experiência da própria Verdade do ser que é.
.........A.Z.: E quem quer? Todos preferem os vinhos do supermercado.
.........N.J.: Mas aqui, não se trata mais de quem assim quer... Eles nunca conheceram isso; não estão prontos, são crianças, crianças brincando de casinha, de carrinho de ferro, brincando de mamãe e papai e, como toda criança, precisam dessas ainda dessas “papinhas quimicamente fabricadas”. Hoje, vejo que está tudo certo. Isso veio para nós! Tudo tem seu tempo certo. Esse é o nosso tempo; esse é o tempo deles. A natureza do mecanismo não dá saltos. Na verdade, não existe qualquer coisa como “salto quântico”. O que de fato existe, é a manifestação do que é, quando o eu, o intelecto, cansado de tanta porrada, produto de suas escolhas, ocupa o se devido lugar na vida de relação.
.........A.Z.: Sim!
.........N.J.: Manter um canal, expressar a beleza dos resultados do desfrute desse vinho, essa é a parte que nos cabe. Aqui, não mais há espaço para a promoção competitiva, mas sim, para a atração qualitativa. No momento certo, no tempo certo, quando esta ilimitada consciência achar que estão no tempo devido, quando estiverem cansados das promoções de fora, quando estiverem cansados de se identificarem com essa ilusórias propagandas, quem sabe, pela ação da graça, e não por meio de nossa limitada ação, limitada forma de nos comunicar através com base em nosso intelecto... Quem sabe aí, pela ação da graça através do mecanismo que somos, em suas mãos possamos ser um instrumento fiel de transmissão dessa nova e transformadora realidade. Mas isso, não nos cabe agora.
.........A.Z.: Tomará! Almejo muito isso.
.........N.J.: Não estamos prontos! Por isso, não me toque e nem os toque!
.........A.Z.: Sim! É tempo de silêncio e solidão! Agora é um momento de saber, de forma direta, quem eu sou, o que sou.
.........N.J.: O que nos cabe, minha deusa, é a limpeza de nossa taça, da taça que somos, para que este vinho transborde através dela.
.........A.Z.: Sim!
.........N.J.: Sem qualquer tipo de interferência, por menor que seja. E, para limpar bem uma taça, há que se pega-la com carinho, com o devido cuidado em suas próprias mãos. Observá-la, ver os arranhões causados pela ação do tempo, ver as sujeiras grudadas em seu fundo, deixar que a água da observação, faça seu silencioso trabalho de limpeza. Só precisamos nos sentar com a taça que somos e, sempre atentos a esta presença que nos habita, ou melhor, que somos, ver o processo acontecendo por si mesmo. Isso, por si só, é motivo de alegria extasiante, de uma alegria que transpassa toda limitada compreensão humana, pois é algo Deus-humano.
.........A.Z.: Sim!
.........N.J.: Isso é algo cujas palavras são pequenas demais para descrever, pois não alcançam a beleza do que se sente quando se vivencia esse processo, processo este que faz toda diferença, que traz toda lucidez, que traz uma clareza de presença, presença esta que se torna perigosa para tudo aquilo que não é real. É como um "derrame interno" de bondade, de entendimento do momento do outro.
.........A.Z.: Sim! Não tenho palavras para tamanha grandiosidade. O que não é real, vai embora.
.........N.J.: Este novo entendimento, esta nova compreensão pela qual refletimos a vida de relação, nos liberta por completo das expectativas em relação aos “outros”, expectativas essas que são poderosos filtros desse intelecto. Nessa compreensão, o que não é real vai embora por si mesmo, sem o antigo vício de controle, de participação desse eu, dessa personalidade ilusória com a qual nos identificamos por tantos e tantos anos. No lugar da resistência, no lugar da cobrança, no lugar da expectativa, surge algo que é de uma natureza completamente desconhecida, que talvez possa ser chamada, momentaneamente, de compaixão, que é uma aceitação se escolha, incondicionada. Isto traz uma paciência amorosa de esperar pelo compasso do outro.
.........A.Z.: Nossa! Estou percebendo o quanto tudo isso atrapalhou na minha compreensão do que sou.
.........N.J.: Quando isso se estabelece, por si mesmo, e não por nossa fraca e limitada vontade, a qual produz idas e vindas, avanços e retrocessos, tornasse possível caminhar lado a lado.
.........A.Z.: Vejo o quanto esse modo de vida centrado no eu, interferiu na minha interação com os demais.
.........N.J.: Quando isso que está além das palavras, além de toda compreensão, além da lógica e da razão, se estabelece de modo definitivo, não importa se podemos caminhar mais rápido que outro, porque, quando isso ocorre, já não há mais o outro. Só nesse instante é que cessam toda manifestação de pressa por limitados resultados; só quando há essa espera ansiosa por resultados é que se manifestam as cobranças, as resistências conflitivas, os julgamentos separatistas. E, não tem nada de errado com eles... Eles são parte integrantes de um processo, partes de nossa adolescência espiritual. Como adoescentes, sempre com medo da solidão e do desconhecido, ansiamos por realização. Só que agora, a realização de que necessitamos já não está nas esferas do externo.
.........A.Z.: Sim! Quanto sofri por todas essas reações.
.........N.J.: Se você é fiel a isso, se você é fiel a esse processo, se é capaz de fazer frente a toda forma de convite, a toda forma de manifestação ilusório, se é capaz de dizer não aos cantos da sereia que é o intelecto, dizer não sem qualquer forma de resistência, a maturidade virá. E, com ela, essa capacidade de comunhão amorosa.
.........A.Z.: Só pode vir de dentro mesmo.
.........N.J.: Um estado de ser que é abrangente, abarcante, agregador, capaz de abraçar o outro, do geitinho que é, pois já não mais existe o outro, só o que é se manifestando nesse organismo que ainda dorme. E isso, é de uma liberdade indescritível.
.........A.Z.: Sim!
.........N.J.: Você é capaz, pela primeira vez na vida, de ver o outro, não pelos seus olhos, pelos olhos da personalidade que você acreditou ser, mas pelos olhos dessa ilimitada realidade. Você já não vê a beleza física do olhar do outro, você vê a beleza do olhar interno — ainda em estado de sono — que este outro, que em última análise também é você, carrega dentro de si... E aqui, já não há mais um você querendo se realizar... Há apenas um mecanismo pronto, a serviço dessa ilimitada realidade. Aqui, seu intelecto, potencializado por essa Graça, trabalha para facilitar o acontecimento capaz de fazer com que esse “outro” também abra esses olhos do coração, no qual agora olhamos atentamente. Talvez, o mecanismo do outro não perceba essa nova maneira com que olhamos para ele, isso por causa das enormes imagens que carrega a nosso respeito. Isso também não importa; o que importa é que esse olhar novo, essa escuta nova, funciona como um transparente antibiótico do Ser, e perceber-se como uma ferramenta amorosa dessa Ilimitada Inteligência, traz uma nova maneira de ser e de estar no mundo de relação. Tudo isso não se encontra no externo, muito menos, nos limites do pensamento. Tudo isso, e muito mais que ainda está por ser revelado, encontra-se no seio dessa experiência, dessa divina presença curadora. E essa é a maior benção, a maior realização, que qualquer ser pode querer — por ela tão somente por ela — ser abraçado. Que a Presença, seja!
.........A.Z.: Namastê!
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